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Regresso de emigrantes: "Pressão nos serviços ultrapassa os 7 milhões"

A crise política, económica e social na Venezuela já levou quatro mil emigrantes a regressar para a Madeira. Miguel Albuquerque antevê que mais regressem nos próximos tempos. "E isso tem custos, mas é a nossa obrigação".

Regresso de emigrantes: "Pressão nos serviços ultrapassa os 7 milhões"
Notícias ao Minuto

23:15 - 07/08/17 por Melissa Lopes

Política Miguel Albuquerque

O presidente da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque, revelou em entrevista à SIC Notícias que o regresso dos emigrantes vindos da Venezuela estão a ter um peso nos serviços superior a sete milhões e que a região tem de estar preparada para a possibilidade de regressarem muitos mais, além dos quatro mil que já vieram.

"Temos assistido ao regresso de muitos dos nossos conterrâneos que vêm em grandes condições de precariedade económica e social e obviamente a nossa obrigação é de lhes prestar apoio na saúde, na segurança social e na habitação. Isso está a pressionar o nosso orçamento e os nossos serviços, mas é uma obrigação nossa", disse Miguel Albuquerque, sublinhando que o Governo Regional e o Governo da República estão em articulação para "reforçar capacidade de resposta a esta crise humanitária".

Não querendo aprofundar os valores que o regresso destes emigrantes implica, o social-democrata adiantou que "a pressão com a saúde é muito elevada, a comparticipação de medicamentos, os tratamentos oncológicos, tratamentos de hemodiálise". No que toca à educação, "temos cerca de 200 alunos inscritos, pedidos de habitação já são mais de 100. E isso vai orçar um valor superior a 7 milhões de euros", detalhou.

Questionado sobre se existiria um pacto entre o Governo nacional e o regional em não revelar a factura que será gasta para acolher estes emigrantes, devido a possíveis comportamentos xenófobos na região, Miguel Albuquerque garantiu que não há nenhuma xenofobia na Madeira e que os custos têm de ser assumidos por todos como comunidade. 

"Temos de ter um tratamento de grande humanidade com estes nossos concidadãos, são pessoas que deram o seu melhor, prestigiaram o país, e o nosso imperativo de cidadania é recebê-los da melhor maneira. (...) Os custos existem, mas essa não é a questão fundamental, temos é de assegurar a capacidade de resposta que não é só financeira. Neste momento, é preciso desburocratizar. nacionalidade, equivalências de ensino, certificados", salientou.

Quanto à xenofobia, Albuquerque disse que "não podemos nunca entrar por esses caminhos perigosos. Qualquer político eleito deve ter a clareza de combater esses comportamentos". Sobre possíveis penalizações do eleitorado, Albuquerque diz estar descansado. Até porque, justificou, "não há uma família madeirense que não tenha um familiar emigrado".

Miguel Albuquerque afirmou ainda que a Madeira tem uma capacidade de absorção de emigrantes. "Neste momento, 20 mil, 30 mil pessoas conseguimos acolher. Isso traz grande pressão nos nossos serviços e temos de estar preparados para isso".

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