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China critica comentários "ignorantes" do secretário de Estado dos EUA

A imprensa oficial chinesa classificou hoje de "ignorantes e mal-intencionadas" as afirmações do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo (na imagem), que pediu aos líderes da América Latina que mantenham os "olhos bem abertos" para os investimentos chineses.

China critica comentários "ignorantes" do secretário de Estado dos EUA
Notícias ao Minuto

08:07 - 22/10/18 por Lusa

Mundo Mike Pompeo

"Os seus comentários expõem a atitude intimidatória dos Estados Unidos na região, mas os dias em que Washington podia ditar a sua vontade nesses países já vão longe", lê-se no editorial do jornal em língua inglesa China Daily.

Este fim de semana, Pompeo avisou que, "em algumas partes do mundo, os investimentos chineses deixaram os países numa situação má, e que isso nunca deveria acontecer".

O China Daily classificou as afirmações de Pompeo de "ocas", "não baseadas em factos ou na realidade" e "sintoma das inseguranças dos EUA na região".

"A China procura sempre a cooperação com outros países no espírito do respeito, igualdade e benefício mútuo", afirmou.

O jornal oficial Global Times considerou hoje os comentários de Pompeo "desrespeitosos" e acusou Washington de tentar "abrir uma brecha" entre as "crescentes" relações sino-latino-americanas.

Em junho, o Panamá rompeu relações diplomáticas com Taiwan e estabeleceu relações com Pequim. Este ano, outros dois outros países latino-americanos, El Salvador e República Dominicana, seguiram o mesmo caminho.

"Washington está revoltado com isto e, no mês passado, criticou esses três países por terem cortado relações com Taiwan, o que é uma óbvia interferência nas suas soberanias", denunciou o Global Times.

As declarações de Pompeo surgem numa altura de crescentes disputas comerciais entre os EUA e a China, suscitadas pela ambição chinesa para o setor tecnológico, com os países a punirem as exportações de ambos os lados com taxas alfandegárias.

Em fevereiro, o então chefe da diplomacia norte-americana, Rex Tillerson, advertiu também a América Latina para os avanços dos "predadores" Rússia e China, que só se preocupam com o "benefício próprio".

Tillerson acusou o país asiático de procurar "lucros a curto prazo" e prejudicar a indústria dos países da região.

Segundo a Comissão Económica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal), o comércio entre a China e a América Latina fixou-se, no ano passado, nos 266.000 milhões de dólares (215.600 milhões de euros).

Ao longo da última década, a China emprestou aos países da região 141.000 milhões de dólares (114.300 milhões de euros).

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