"Doce", "generoso", conturbado. O adeus do mundo da música a Mac Miller
Prolífico rapper foi encontrado morto na sua casa, na última sexta-feira. Tinha 26 anos.
© Getty Images
Mundo Luto
Há pouco mais de um mês, Mac Miller surgia em destaque na Rolling Stone, numa entrevista longa e intimista, em que o seu passado de abuso de substâncias mas também a forma como o viam surgiam em destaque.
"Mac Miller quer que saibam que ele está bem", escrevia a histórica revista de música. Com apenas 26 anos de idade, Mac Miller contava já com uma lista de álbuns respeitável, bem como uma impressionante lista de colaborações que incluía a 'nata' do hip-hop. Tinha álbum novo - 'Swimming' -, talvez o seu álbum mais aclamado pela crítica. Para outubro estava agendada um tour.
Mas apenas um mês depois, o artista era encontrado morto em casa, no que a imprensa norte-americana descreveu como uma 'aparente overdose'.
A autópsia determinará o que se passou. Mas o abuso de substâncias e a difícil luta pela sobriedade há muito que tomavam parte na vida - e mesmo música - do talentoso rapper.
A sua música sempre refletiu uma complexidade curiosa. Mac Miller não era apenas um rapper à procura da rima seguinte. Musicalmente, mostrava ser capaz de uma sonoridade festiva, bem humorada, mas também se aventurava por caminhos mais densos. Nas suas letras estava também este lado: por vezes divertia-se, por vezes assumia as suas lutas, nomeadamente a que travou pela sobriedade.
Para boa parte do mundo, destacou-se a sua antiga relação de dois anos com Ariana Grande e os seus problemas com a lei após ser apanhado ao volante num acidente em que o seu sangue acusou a presença de substâncias. A cantora pop chegou inclusive a definir como "tóxica" a relação que manteve com Mac Miller. Não parecia sequer um comentário ofensivo. Ariana Grande admitia apenas a luta que também ela travou ao lado de Mac Miller.
Para o mundo da música, porém, Mac Miller era figura estimada. Começou como rapper com apenas 14 anos. Destacou-se ainda antes dos 20 anos, com 'Donald Trump', música que lhe valeu as críticas e queixas do multimilionário que anos depois iria assumir a presidência dos Estados Unidos.
Kendrick Lamar, Thundercat, Anderson Paak, Tyler, the Creator e a própria Ariana Grande estão entre as dezenas de colaborações do músico ao longo dos últimos anos. Com apenas 26 anos, Mac Miller despede-se deixando a sua marca no tantas vezes competitivo mundo do hip-hop. E consegue fazê-lo ganhando não apenas o respeito de pares, mas algo que por vezes pode parecer raro quando falamos de 'rap': carinho.
Chance the Rapper fala "num dos tipos mais doces" que conheceu eu toda a sua vida.
I dont know what to say Mac Miller took me on my second tour ever. But beyond helping me launch my career he was one of the sweetest guys I ever knew. Great man. I loved him for real. Im completely broken. God bless him.
— Chance The Rapper (@chancetherapper) September 7, 2018
A veterana Missy Elliott prestou também o seu tributo:
I’m so saddened to hear about @MacMiller such a kind spirit Sending prayers for strength for his family & friends & fans during this difficult time
— Missy Elliott (@MissyElliott) September 7, 2018
Earl Sweatshirt, outro jovem rapper em ascensão, fala do amigo pessoal como alguém "demasiado generoso" e que sempre teve a sua porta de casa aberta para os seus.
THE MAN WAS TOO GENEROUS ! HE EXTENDED HIS HOME TO ALL OF US . PEACE TO THE MILLER FAMILY AND THE WHOLE EXTENDED FAMILY. WE HURTIN
— thebe kgositsile (@earlxsweat) September 7, 2018
Ao longo das últimas horas chegaram também palavras de apreço e tributo de gente como Khalid, Snoop Dog, Wiz Khalifa ou Shawn Mendes.
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