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Há novo volume de 'Casamentos da Família Real Portuguesa' esta semana

As coordenadoras da obra 'Casamentos da Família Real Portuguesa', cujo 3.º volume é apresentado na quarta-feira, realçam que os casamentos régios "além da sua dimensão privada, tinham também como objetivo estabelecer novas alianças ou reforçar as existentes".

Há novo volume de 'Casamentos da Família Real Portuguesa' esta semana
Notícias ao Minuto

12:23 - 15/07/18 por Lusa

Cultura História

A obra 'Casamentos da Família Real Portuguesa", publicada pelo Círculo de Leitores, é coordenada pelas historiadoras Ana Maria S. A. Rodrigues, Manuela Santos Silva e Ana Leal de Faria, e reflete a investigação de uma equipa de 20 historiadores.

A publicação desta obra foi iniciada no ano passado, quando saíram os dois primeiros volumes, dedicados à diplomacia e ao cerimonial que estes "tratados/casamentos" envolvem, e o terceiro volume é apresentado na próxima quarta-feira às 17:30 no anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A apresentação do 3.º volume, que inclui o matrimónio de Duarte Nuno de Bragança, com Maria Francisca de Orleães e Bragança, em 1942, está a cargo do historiador António Camões Gouveia.

Além deste casamento, após a proclamação da República, também o último rei de Portugal, Manuel II, casou, já no exílio, em 1913, com Augusta Vitória de Hohenzollern-Sigmaringen, mas "não deu a ambicionada descendência que possibilitaria a sucessão dinástica e a restauração da monarquia", devido à "morte prematura" do soberano, em 1932.

O casamento de Duarte Nuno com Maria Francisca foi pensado "para selar a paz entre os dois ramos da família Bragança, desavindos há mais de um século", como refere Paulo Drumond Braga, autor do texto sobre esta união.

Referindo-se a este terceiro volume, as coordenadoras realçam que, tal como nos anteriores, houve a preocupação, por parte dos autores dos diferentes textos, de ligar a história política externa e da diplomacia à história da família e das emoções, dos estudos sobre as mulheres e aos estudos da corte, assim como de "análise dos processos negociais à ponderação da conjuntura política ou das características pessoais dos protagonistas que proporcionaram ou impediram a concretização dos planos matrimoniais desejados".

O casamento real era fundamental para a continuidade dinástica, e além das suas conjeturas diplomáticas, adquiria uma forte valorização social para a comunidade nacional.

"Desde os primórdios da nossa monarquia o modelo de família real se funde com o da família ideal de uma sociedade cristã que, através dos descendentes, prolonga os seus valores até à eternidade", afirmam as coordenadoras, realçando "o cuidado com as escolhas dos cônjuges" que os sucessivos monarcas tiveram, quer com os filhos legítimos, quer com os ilegítimos.

Se os projetos bem-sucedidos de casamentos reais "esclarecem as opções da política externa portuguesa", os planos fracassados permitem "compreender os problemas e as dificuldades que o país enfrentou em certos períodos da sua história.

Como exemplo, refira-se "o fracasso dos esponsais de D. Maria II com seu tio D. Miguel". D. Miguel protagonizou a oposição absolutista aos liberais, que o seu irmão, Pedro IV, representava.

No âmbito dos casamentos da família real, um dos casos destacados pelos autores é o da "vitória da vontade pessoal" da irmã de João II, a princesa D. Joana, "que recusou diversas propostas de casamento", num artigo de Leonardo Carvalho-Gonçalves.

O quarto, e último volume de 'Casamentos da Família Real Portuguesa', também sobre os êxitos e fracassos, é publicado em outubro, segundo a editora.

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