Israel bloqueia campanha contra discriminação de género nos aeroportos
Há relatos de vários casos de homens ultra-ortodoxos que recusam sentar-se, em aviões, ao lado de mulheres. Organização que combate a discriminação de género tentou promover uma campanha mas, já depois de existir um acordo com a companhia área, autoridades suspenderam a campanha.
© Reuters
Mundo Aeroporto
As autoridades israelitas bloquearam uma campanha publicitária que pretendia combater a discriminação de género nos aeroportos com o argumento de que tal campanha “política” poderia “dividir” o país.
Em causa, está um caso, que, contudo, é bastante recorrente, que remonta a junho de 2017. Conta o The Guardian que Renee Rabinowtiz, de 82 anos, processou a companhia aérea El Al por a ter obrigado a sair do seu lugar, uma vez que um judeu ultra-ortodoxo rejeitou sentar-se a seu lado pelo facto de esta ser mulher.
O caso foi apoiado pelo Centro de Ação Religiosa de Israel (IRAC), que denunciou a discriminação de género e defendeu que, em circunstância alguma, uma mulher deve ser obrigada a mudar de lugar no avião pelo facto de um homem não se querer sentar ao pé dela.
O tribunal deu razão a Rabinowtiz e a IRAC quis levar o caso mais longe, criando uma campanha publicitária (como a que pode ver no vídeo em baixo) para condenar a discriminação e elucidar as mulheres para o facto de não terem de se submeter a tais exigências dos ultra-ortodoxos.
No entanto, depois de a IRAC ter chegado a acordo com as companhias aéreas para promover a iniciativa nos aeroportos, as autoridades israelitas decidiram suspender a campanha, alegando que esta poderia causar divisão no país, uma decisão que desagradou à IRAC, que reitera que o problema subsiste.
“A dinâmica é que um homem ultra-ortodoxo recusa sentar-se ao lado de uma mulher e os outros passageiros, em vez de o impedirem, focam-se na mulher e dizem ‘por que não mudas de lugar para que o avião possa deslocar?’”, disse ao The Guardian, Anat Hoffman, diretora executiva da IRAC.
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