ONU denuncia degradação da situação humanitária no Iémen
O Conselho de Segurança da ONU denunciou hoje a degradação da situação humanitária no Iémen, onde 22,2 milhões de pessoas precisam hoje de ajuda, mais 3,4 milhões do que no ano passado.
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Mundo Conselho Segurança
"O Conselho de Segurança (CS) exprime a sua forte preocupação face à deterioração contínua da situação humanitária no Iémen e o impacto humanitário devastador do conflito nos civis", pode ler-se numa declaração aprovada por unanimidade, ao fim de semanas de negociações lideradas pelo Reino Unido.
O CS exigiu ainda às partes em conflito que facilitem a entrada de ajuda humanitária no país, que se levantem as restrições sobre importações comerciais e humanitárias e que se mantenham abertos todos os portos do país.
Os serviços humanitários da ONU têm insistido na necessidade de levantar as restrições importas pela coligação árabe à entrada de importações no Iémen, sobretudo desde que no ano passado a Arábia Saudita impôs um bloqueio marítimo e aéreo temporário como resposta ao lançamento de um míssil balístico contra a sua capital, Riade, por parte dos rebeldes huthis.
O texto hoje aprovado avisa todas as partes que denegar o acesso humanitário "pode constituir uma violação do direito internacional".
A mais alta instância da ONU denuncia também "o nível da violência no Iémen, incluindo ataques indiscriminados em zonas densamente habitadas.
"O Conselho de Segurança apela a todas as partes a respeitar e a proteger as escolas, os estabelecimentos médicos e o pessoal", precisa a declaração.
Há meses que a ONU condena a utilização de escolas pelos combatentes, que se servem delas por vezes como depósito de armas.
Sem se referir diretamente ao Irão, o CS "condena nos termos mais fortes os disparos de mísseis balísticos pelos huthis contra a Arábia Saudita, nomeadamente os de 04 de novembro e de 19 de dezembro, que colocam deliberadamente em perigo zonas civis".
Os EUA acusaram o Irão, que apoia os huthis e é adversário da Arábia Saudita, de fornecer mísseis aos rebeldes.
Teerão nega as acusações e a Rússia vetou recentemente uma resolução norte-americana que condenava uma violação pelo Irão do embargo às armas imposto ao Iémen.
O conflito no Iémen opõe as forças governamentais do Presidente Abdo Rabu Mansur Hadi, reconhecido internacionalmente, aos rebeldes xiitas huthis, que disputam o poder e controlam a capital, Sana, desde setembro de 2014.
A guerra recrudesceu após a intervenção de uma coligação liderada pela Arábia Saudita em março de 2015, em apoio do Governo de Hadi e contra os rebeldes, alegadamente suportados pelo Irão.
A guerra já fez cerca de 9.300 mortos e mais de 53.000 feridos, entre os quais muitos civis, colocando ainda regiões inteiras à beira da fome.
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