Governo pede a Puigdemont para não começar nada que seja irreversível
O porta-voz do Governo espanhol apelou hoje ao presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, para que não "comece nada que seja irreversível", a poucas horas de uma sessão no parlamento catalão na qual poderá declarar unilateralmente a independência da região.
© Lusa
Mundo Catalunha
"Quero pedir ao senhor Puigdemont que não comece nada que seja irreversível, que não inicie um caminho sem retorno, que não faça nenhuma declaração unilateral de independência e que regresse à legalidade, que volte ao diálogo no Parlamento da Catalunha", declarou à imprensa Íñigo Mendez de Vigo.
O ministro da Educação e porta-voz do executivo em Madrid, que falava à margem da inauguração de uma exposição em Madrid, apelou à "sensatez" e à "reflexão", recorrendo a uma citação do poeta andaluz Antonio Machado.
"Hoje, dizia o poeta (numa alusão a Antonio Machado), é sempre todavia e espero que esse 'hoje é sempre todavia' esteja inundado de sensatez e reflexão para evitar algo que, no final, será muito prejudicial para a Catalunha e para os catalães".
O ministro considerou a instabilidade política na região foi causada pela atuação do governo de Carles Puigdemont, que no seu entender provocou uma rotura entre os cidadãos.
Também recordou que a atitude da Generalitat provocou a fuga de muitas empresas da Catalunha, porque "não confiam" nesse governo.
Méndez de Vigo acrescentou que uma declaração de independência seria também "um fracasso da Europa", mas recordou que a União Europeia deixou claro que não reconhecerá uma Catalunha independente.
O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, tem previsto hoje comparecer no parlamento catalão, numa sessão que servirá, oficialmente, para analisar os resultados e efeitos do referendo catalão, mas que poderá resultar na declaração formal e unilateral de independência.
O chefe da Generalitat (governo regional da Catalunha) tem agendada a presença a partir das 18:00 (menos uma hora em Lisboa) no parlamento regional, numa sessão plenária tem como ponto único na ordem de trabalhos a análise da situação política na região na sequência do referendo pela independência de 01 de outubro - que o Tribunal Constitucional considerou ilegal.
Ainda que não conste da ordem de trabalhos, Puigdemont poderá declarar unilateralmente a independência da Catalunha, tal como consta nos prazos inscritos na lei do referendo, também ela considerada ilegal pela justiça espanhola.
Já a antecipar uma declaração unilateral de independência, a associação pró-independência Assemblea Nacional Catalana (ANC) apelou a uma grande concentração de cidadãos perto do parlamento regional à hora do plenário.
As autoridades já instalaram um perímetro de segurança na zona -- com uma vedação tripla -- para proteger os deputados regionais.
Face a este cenário, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, reiterou que o executivo em Madrid "fará tudo o que for preciso", com "mão firme e sem complexos" para impedir a independência da Catalunha.
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