Ecossistema do Porto Rico vai levar anos até recuperar do furacão Maria
Abelhas desorientadas à procura de pólen e árvores totalmente despojadas de folhas fazem parte do cenário em Porto Rico, duas semanas depois da passagem do furacão Maria pelo território norte-americano, que vai precisar de anos até recuperar o ecossistema.
© Reuters
Mundo Tempestade
Nesta área, onde vivem cerca de 3,4 milhões de habitantes, algumas árvores começam a renascer, mas a maioria não tem folhas. Todo o ecossistema da ilha foi perturbado.
Para os pássaros, insetos e outros organismos que dependem das folhas e das flores para a sua sobrevivência isso representa um desastre: não encontram comida para a sua alimentação habitual, não sabem onde se esconder e estão desorientados. Enquanto isso, os predadores regalam-se, escreve a AFP.
"Trata-se de uma desregulação temporária", disse Ariel Lugo, diretor do Instituto internacional de silvicultura tropical de Porto Rico.
"A mortalidade é grande, mas no final vai restabelecer-se", referiu.
Ariel Lugo afirmou que "serão necessários dez anos para que tudo renasça" como antes e que "isso não quer dizer que tudo vai ficar bem".
"Nos próximos meses vamos assistir ao aumento rápido do crescimento das plantas e da produção de novas folhas, o que vai trazer muitos insetos", acrescentou.
O governador de Porto Rico, Ricardo Rosseló, disse na terça-feira que o balanço oficial do número de vítimas mortais causadas pelo furacão "Maria" aumentou de 16 para 34 naquele território.
Segundo Ricardo Rosseló, 19 são vítimas diretas do "Maria" e outras 15 morreram em ocorrências relacionadas com o furacão.
Entretanto, a Casa Branca quer pedir ao Congresso a aprovação de um pacote de 29 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros) para financiar a ajuda à ilha de Porto Rico, devastada por furacões.
Antiga colónia espanhola, Porto Rico tornou-se território norte-americano no fim do século XIX, antes de adquirir um estatuto especial de "Estado livre associado" nos anos 1950.
Antes próspera, a ilha iniciou um declínio económico em 2006, com o fim das exonerações fiscais massivas que tinham atraído grandes multinacionais e estimulado a atividade económica.
A recessão económica e a queda de receitas que se seguiram fizeram a sua dívida crescer.
Duas semanas depois da passagem devastadora do furacão "Maria", de categoria 4, Porto Rico continua a sofrer, com a eletricidade a chegar a apenas 7% da ilha, com mais de nove mil pessoas a viverem em refúgios e apenas 40% dos meios de comunicação restabelecidos. Grande parte dos habitantes continua sem água potável nem combustível.
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