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Maduro quer convocar "cimeira mundial de solidariedade"

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reiterou hoje que convocará uma "cimeira mundial de solidariedade" com o país, que permita atenuar a "campanha criminosa" que considera existir contra a Venezuela, cujo Governo está cada vez mais isolado internacionalmente.

Maduro quer convocar "cimeira mundial de solidariedade"
Notícias ao Minuto

17:35 - 20/08/17 por Lusa

Mundo Venezuela

"São opções que nos vão permitir (...) atenuar uma campanha criminosa, brutal, gigantesca, inclemente, que existe contra a Venezuela no mundo", afirmou Nicolás Maduro numa entrevista ao canal privado Televen, citada pela agência espanhola EFE.

Maduro atacou os governos "de direita" da região pelas suas críticas à situação política vivida na Venezuela, depois de 12 governos americanos terem expressado na sexta-feira a sua "enérgica condenação" à decisão da Assembleia Constituinte da Venezuela de dissolver a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, de modo a assumir as suas funções.

O chamado 'Grupo de Lima' - Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru - já tinha manifestado a sua oposição à "ditadura" e "rutura democrática" da Venezuela há dez dias, através de uma declaração subscrita pelos seus ministros dos Negócios Estrangeiros na capital peruana.

O Presidente da Venezuela insistiu hoje na ideia de uma cimeira, que já tinha sido avançada a 8 de agosto durante uma reunião da aliança regional ALBA, a Aliança Bolivariana para as Américas, que integra a Venezuela, Cuba, Nicarágua, Bolívia e Equador, entre outros países.

"Aspiro a que a Comunidade de Estados Latinoamericanos do Caribe (CELAC) (...) muito brevemente dê um passo em frente e convoque uma cimeira pelo diálogo, pela paz e em apoio à soberania da Venezuela", declarou o Presidente, num apelo a uma organização regional menos crítica da situação no país do que tem sido a Organização dos Estados Americanos (OEA).

A cimeira pretende ganhar apoios na opinião pública internacional "contra a ameaça do [Presidente dos Estados Unidos] Donald Trump", que disse há dias que não exclui uma intervenção militar na Venezuela, explicou Maduro.

Os preparativos da cimeira estão a ser trabalhados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, e da Informação, Ernesto Villegas, pelo irmão do antigo presidente Hugo Chávez, Adán Chavez, e pela presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodríguez, que, de acordo com o que Maduro já tinha avançado na reunião da ALBA, poderá realizar-se em São Salvador.

A nova Assembleia Constituinte aprovou na sexta-feira, por unanimidade, um decreto em que assume as competências para legislar em matérias até aqui prerrogativas do Parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria.

O decreto foi aprovado durante uma sessão em que a direção do Parlamento não esteve presente, apesar de ter sido convidada, justificando a ausência com a vontade de não se subordinar à Assembleia Constituinte, tal como já fizeram outros poderes venezuelanos.

Eleita no final de julho, e contestada por grande parte da comunidade internacional, a Constituinte, que reúne 545 membros próximos do poder, chamou a si o essencial dos poderes do Parlamento.

A iniciativa marca um novo episódio na grave crise política que abala a Venezuela, onde manifestantes exigem nas ruas a saída do presidente, eleito em 2013. Desde o início de abril, os protestos provocaram 125 mortos.

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