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Bannon contraria Trump e chama "palhaços" a supremacistas
Steve Bannon, conselheiro da Casa Branca contestado por defender posições próximas da extrema-direita, afirmou numa entrevista que não há uma solução militar para a Coreia do Norte e chamou "palhaços" aos supremacistas brancos.
© Reuters
Mundo Conselheiros
Numa rara entrevista publicada na quarta-feira pela revista American Prospect, dada a pedido do próprio, segundo o jornalista que assina o texto, Bannon expressa uma visão diferente da do Presidente norte-americano, que ameaçou Pyongyang com "fúria e fogo nunca vistos".
"Não há uma solução militar, esqueça. Até que alguém [...] me mostre que dez milhões de pessoas de Seul não morrem nos primeiros 30 minutos de [ataque com] de armas convencionais, não sei do que estamos a falar. Não há solução militar, estamos presos", disse Steve Bannon.
O político descreveu a batalha que tem travado dentro da administração pela prossecução de uma linha mais dura no comércio com a China, em vez da insistência nas críticas às práticas comerciais chinesas na esperança de que Pequim ajude a conter Kim Jong-un.
"Para mim, a guerra económica com a China é tudo e temos de estar obsessivamente focados nisso. Se continuarmos a perdê-la, estamos a cinco anos, dez no máximo, de atingir um ponto de inflexão de que nunca seremos capazes de recuperar", disse.
Questionado sobre a relação entre o seu programa de nacionalismo económico e os distúrbios em Charlottesville, no Estado da Virgínia, em que confrontos entre manifestantes de extrema-direita e contra-manifestantes antirracistas terminaram com a morte de uma mulher de 32 anos, atropelada por um nenonazi, Bannon rejeitou as posições dos supremacistas brancos.
"O etno-nacionalismo... São uns falhados. São um elemento à margem. Penso que os 'media' lhes dão demasiado destaque e temos de acabar com eles. São um bando de palhaços", disse.
Antes de ser contratado por Donald Trump, Steve Bannon dirigiu durante quatro anos o 'site' de extrema-direita Breitbart News, que ele próprio disse ser "uma plataforma da 'alt-right'", ou 'extrema-direita alternativa'.
O termo refere-se a um grupo vagamente definido como nacionalista que rejeita a direita conservadora tradicional e está normalmente associado um discurso isolacionista, racista e antissemita.
Depois dos distúrbios do fim de semana em Charlottesville, vários dirigentes de movimentos pelos direitos cívicos pediram a Trump que afaste Steve Bannon pelas ligações deste à extrema-direita, mas o Presidente recusou que o conselheiro seja racista.
"[Bannon] Não é racista, posso dizê-lo", disse Trump.
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