Brexit: "Problema fronteiriço requer soluções específicas"
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, defendeu hoje que a saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit') é o desafio de uma geração e que serão necessárias "soluções específicas" para impedir que ela provoque danos graves.
© Reuters
Mundo Irlanda
Para Varadkar, um chamado 'hard 'Brexit' (uma saída mais radical), em que o Reino Unido abandone o mercado único europeu e a união aduaneira, criará "entraves ao comércio" entre a Irlanda membro da UE e a Irlanda do Norte, que é parte do Reino Unido.
Os britânicos votaram no ano passado em referendo a favor da saída do país do bloco europeu de 28 membros e deverão abandonar formalmente a UE em março de 2019.
A decisão tem fortes implicações para a Irlanda, o único país da UE que partilha uma fronteira terrestre com o Reino Unido - que é, neste momento, invisível, com livre circulação de pessoas e bens.
"Terá que haver soluções específicas, se quisermos preservar tudo o que ganhámos" desde que o processo de paz da Irlanda do Norte se concluiu, há duas décadas, e os postos de controlo fronteiriços foram desativados, sustentou o primeiro-ministro irlandês, falando em Belfast.
O político de 38 anos, que se tornou em junho o mais jovem líder da Irlanda, sublinhou que não quer assistir a um regresso às fronteiras de outrora, acrescentando que cabe aos apoiantes do 'Brexit' o ónus de "arranjar propostas para essa fronteira" e convencer as pessoas de que foi uma boa ideia.
"Já tiveram 14 meses para o fazer. Se não conseguirem - e eu acredito que não conseguirão -, poderemos então debater seriamente sobre soluções que possam funcionar para todos nós", observou.
As negociações do "divórcio" entre o Reino Unido e a UE estão em curso, mas os responsáveis europeus alertam para que deverão ser feitos progressos em questões relacionadas com a fronteira irlandesa, com o montante da "conta da saída" do país do bloco europeu e com o estatuto dos cidadãos da UE residentes em território britânico, antes de as duas partes poderem começar a definir os contornos da sua futura relação económica.
Varadkar afirmou ainda esperar que os líderes da UE vejam progressos suficientes até à cimeira de outubro.
"Mas não subestimo, nem por um segundo, a enormidade dos desafios que enfrentamos", rematou.
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