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Brexit a qualquer custo contra nacionalizações e abolição de propinas

Redução da imigração e 'Brexit' a qualquer custo, ou nacionalização de certas indústrias e abolição das propinas da universidade, estas são algumas das propostas feitas pelos partidos Conservador e Trabalhista para as eleições de quinta-feira.

Brexit a qualquer custo contra nacionalizações e abolição de propinas
Notícias ao Minuto

09:20 - 04/06/17 por Lusa

Mundo Grã-Bretanha

O partido de Theresa May propõe no seu programa uma visão para construir um "Reino Unido mais forte, mais justo, mais próspero", apostando na "meritocracia" para promover a mobilidade social no país e no intervencionismo económico para reduzir desigualdades.

A noção do Estado como "força do bem" distancia o partido do liberalismo de antecessores, como David Cameron ou de Margaret Thatcher, e faz o partido avançar para o que alguns analistas chamam de "mayismo'.

May promete mais investimento na educação, mas as políticas de abrir mais escolas seletivas e de passar a oferecer pequenos-almoços gratuitos nas escolas em vez de almoços têm causado controvérsia.

Na área do apoio aos idosos, propôs retirar algumas das ajudas aos pensionistas com melhores rendimentos, deixa de garantir um aumento anual de pelo menos 2,5% das pensões e quer passar a cobrar pelos cuidados que precisem, forçando inclusivamente a venda das suas propriedades.

Pressionada pelo próprio partido, a líder conservadora foi obrigada a recuar nesta reforma, apelidada de "imposto demência" [dementia tax], garantindo que será sujeita primeiro a estudo e consulta antes de ser aprovada.

Na área económica, Theresa May quer reforçar o poder do regulador da área da energia e limitar o aumento dos preços para proteger os consumidores, uma ideia que o partido Trabalhista defendeu nas eleições anteriores.

Embora prometa manter o controlo das finanças públicas, o partido Conservador adia o fim do défice para 2025 e passa a admitir um aumento dos impostos sobre o rendimento.

Mas é nas negociações com a União Europeia para a saída do Reino Unido que Theresa May aposta, protegendo fazer do 'Brexit' um "sucesso", mesmo que tal implique chegar ao fim sem um acordo.

May invoca que só ela oferece um "governo forte e estável" para liderar o processo, o qual, advertiu, poderá ser ameaçado se for negociado pelo partido Trabalhista de Jeremy Corbyn que, pelo contrário, não admite sair da UE sem um acordo.

Resignado a implementar o 'Brexit', o líder do 'Labour' quer garantir um entendimento "que proteja empregos e acesso ao mercado único", não se comprometendo a nenhum número em termos de redução da imigração.

Sob o lema de "construir um Reino Unido que funcione para a maioria, não para a minoria", Corbyn é mais radical noutras políticas propostas no programa eleitoral, nomeadamente o fim das propinas nas universidades, introduzidas pelo 'Labour' em 1998, e quer nacionalizar de novo setores como os caminhos de ferro e a energia.

Compromete-se a aumentar o salário mínimo para 10 libras por hora (11,5 euros), a acabar com os contratos de trabalho sem horário e a proteger os contribuintes de subidas nos impostos, com exceção daqueles com rendimentos acima das 80 mil libras (91 mil euros).

Pretende também investir nos serviços públicos, nomeadamente no serviço nacional de saúde e na educação, ao mesmo tempo que antecipa a contratação de 10 mil polícias, três mil guardas prisionais e três mil bombeiros.

Apesar de ser contra as armas nucleares, Corbyn manteve no programa a renovação do arsenal britânico, cedendo à pressão do próprio partido.

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