Meteorologia

  • 27 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 11º MÁX 17º

Moscovici lamenta crise socialista e assume voto em Macron

O comissário europeu dos Assuntos Económicos, o francês Pierre Moscovici, lamentou hoje a crise que atinge os partidos socialistas um pouco por toda a Europa e assumiu que vai votar em Emmanuel Macron na segunda volta das presidenciais francesas.

Moscovici lamenta crise socialista e assume voto em Macron
Notícias ao Minuto

11:36 - 24/04/17 por Lusa

Mundo Comissários

Num encontro com correspondentes em Bruxelas no dia seguinte à primeira volta das eleições presidenciais em França, que ditaram um "duelo" entre o liberal pró-europeu Macron (23,85%) e a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen (21,43%), Moscovici afirmou que chegou a hora de assumir publicamente uma posição.

Para o comissário, a segunda volta, em 07 de maio, opõe duas visões absolutamente antagónicas "da França e da Europa", constituindo praticamente um referendo sobre a UE, já que a líder da Frente Nacional defende a saída do país do euro e do bloco europeu.

"Estamos a falar de um país que é do G7 e que é um dos fundadores da União Europeia, e temos opções de tal forma distintas que é necessário assumir uma posição. Esta Comissão Europeia assume que é contra o populismo. Emmanuel Macron é o candidato de todos os democratas e pró-europeus. Dia 07 vou votar em Macron, pela Europa e contra a Frente Nacional", declarou aos jornalistas.

O comissário explicou deste modo que, na segunda volta, já não se justifica a reserva aplicada, tanto na primeira volta das presidenciais, como nas próprias eleições primárias do PS francês, ganhas por Benoît Hamon.

Relativamente ao resultado de Hamon, que colheu apenas 6,35% dos votos, Moscovici admitiu que se trata de "um resultado historicamente fraco" para o Partido Socialista francês, sendo mesmo "a maior derrota do partido desde a sua fundação", o que exige uma "refundação".

Para Moscovici, "há uma crise na social-democracia europeia, e isso não é bom para a Europa", pois a UE caminha melhor "com os dois pés" e precisa das duas grandes forças políticas, uma mais conservadora, de centro-direita, e outra mais progressista, de centro-esquerda, que funcionem como "contrapesos".

Relativamente ao PS francês, manifestou-se convicto de que o partido não pode nem vai "desaparecer ou fundir-se", mas admitiu que necessita de uma profunda "refundação", que deve de resto atingir toda a família social-democrata na Europa.

"É necessária uma verdadeira refundação, política e intelectual", disse, advertindo que o partido deve evitar, no entanto, qualquer "caça às bruxas".

Por outro lado, apontou, é também necessário repensar a utilidade de eleições primárias partidárias, observando que este sistema não providenciou candidatos particularmente competitivos, quer no PS francês (Hamon), quer na direita (o conservador François Fillon foi afastado da segunda volta ao obter apenas 19,94%).

Com as atenções agora focadas na segunda volta, dentro de duas semanas, Moscovici manifestou-se absolutamente convicto de que "Macron será o próximo Presidente", mas sustentou que "é preciso fazer tudo para que Marine Le Pen tenha o resultado mais baixo possível", de preferência abaixo da fasquia dos 40%.

Afirmando-se contra todos os populismos, comentou que "o da extrema-direita é o pior, pois combina o antieuropeísmo com a rejeição dos valores democráticos que são a base da UE", razão pela qual é necessário não baixar a guarda nas próximas duas semanas, porque "esta eleição em França ainda não acabou e o resultado da segunda volta depende muito da mobilização".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório