Devin Nunes entre a lealdade a Trump e compromisso com investigação

O lusodescendente Devin Nunes viverá mais um momento de tensão entre a sua lealdade ao Presidente norte-americano e o compromisso com uma investigação exaustiva e equilibrada sobre alegadas ligações à Rússia e escutas a Donald Trump.

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Lusa
19/03/2017 19:41 ‧ 19/03/2017 por Lusa

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A comissão dos serviços de informações do Congresso norte-americano, presidida por Nunes, ouve esta segunda-feira o diretor do FBI, James Comey, sobre as supostas ligações da equipa do presidente norte-americano a Moscovo e sobre a alegação de Trump de que foi escutado por ordem do antecessor, Barack Obama.

Devin Nunes, 43 anos, é um lusodescendente de terceira geração e que já confessou que tudo o que queria era trabalhar numa quinta de produção de laticínios, o ofício da família e a sua primeira ocupação, antes de se dedicar à política.

Eleito pelo Partido Republicano por um distrito da Califórnia desde 2003, quando se tornou um dos mais jovens congressistas de sempre, Nunes recusou um cargo na administração Trump para continuar na Câmara dos Representantes.

Inicialmente, Nunes não era apoiante de Donald Trump, mas o seu nome foi sugerido para a equipa de transição do novo inquilino da Casa Branca.

O congressista "tem uma linha direta para Trump", destacou o portal da Internet Politico, que o colocou na lista dos 30 mais poderosos de Washington.

O neto de açorianos "tem alinhado com Trump em relação ao 'hacking' russo, dizendo publicamente que não havia evidência de que o Kremlin tinha tentado influenciar a eleição de 2016".

A independência de Nunes já foi questionada, mas o republicano parece não querer assumir o papel de defensor do novo Presidente.

Questionado sobre as acusações de Trump, de que Barack Obama terá colocado escutas nos seus telefones, em mensagens publicadas na rede social Twitter, Nunes respondeu que, se o que Trump escreveu foi literal, "então, claramente o Presidente estava enganado".

O peso de liderar uma investigação bipartidária e credível sobre a integridade das campanhas norte-americanas e do possível papel da equipa presidencial, é grande, quer para ele quer para congressistas veteranos.

Até agora, o trabalho de Nunes à frente da comissão tem estado focado em investigações sobre o informador da agência de segurança dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, as informações secretas por trás do acordo nuclear com o Irão, os correios eletrónicos da candidata democrata às presidenciais Hillary Clinton e a localização de um centro de inteligência do departamento de Defesa.

O congressista tentou levar esse equipamento para os Açores, mas o Governo acabou por escolher um local no Reino Unido.

Nunes passou de um congressista relativamente "fora dos radares mediáticos" para alguém que realiza conferências de imprensa todas as semanas e é questionado diariamente sobre desenvolvimentos inesperados ou alterações de última hora.

A audição do diretor do FBI, que arranca esta segunda-feira, deverá ser seguida com atenção em Washington.

Pai de três filhas pequenas, Devin Nunes é descrito pelos amigos como "um bom pai".

Em jovem, guardava rebanhos e poupou dinheiro para comprar terrenos com o seu irmão. Estudou agricultura e mantém-se ligado ao setor, detendo investimentos em duas adegas na Califórnia.

"Tudo o que eu queria ser era produtor de laticínios", admitiu.

 

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