Ataque aéreo por erro na Nigéria matou 52 pessoas
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) condenou hoje o ataque aéreo das forças armadas nigerianas que atingiu acidentalmente um campo de refugiados naquele país, afirmando que causou 52 mortos.
© Reuters
Mundo MSF
"Este tipo de ataque em larga escala contra pessoas vulneráveis que já tinham fugido de violência extrema é chocante e inaceitável", considerou em comunicado o diretor de operações da MSF, Jean-Clement Cabrol.
Testemunhas do ataque citadas entretanto pela agência France Presse dão conta de pelo menos 50 pessoas, das quais seis humanitários da Cruz Vermelha local. Às 09:00 locais (08:00 em Lisboa) um avião da força aérea nigeriana bombardeou por erro um campo de refugiados no nordeste da Nigéria, em Rann (Estado do Borno).
O Borno é o epicentro da insurreição armada dos islamitas do grupo Boko Haram. O ataque aconteceu quando os trabalhadores humanitários distribuíam alimentos aos refugiados.
"Nas últimas semanas, o Boko Haram deslocou a sua base de operações da floresta de Sambisa para Kala e um avião militar confundiu Rann com Kala", disse à AFP um habitante local.
"Pelo menos 25 pessoas morreram e muitas mais ficaram feridas", indicou.
O balanço da MSF fala em 52 mortos e 120 feridos.
Funcionários locais da MSF e do Comité internacional da Cruz Vermelha (CICR), bem como dois soldados ficaram feridos no ataque, salientou Jean-Clement Cabrol.
A MSF tem estado a dar cuidados primários aos feridos, exigindo às autoridades nigerianas que façam todos os esforços no sentido de facilitar a retirada dos feridos mais urgentes.
"As nossas equipas médicas e cirúrgicas nos Camarões e no Chade estão prontas a tratar dos feridos", realçou.
A Cruz Vermelha Internacional confirmou entretanto que seis dos seus homens (da Cruz Vermelha nigeriana) morreram no bombardeamento.
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