Birmânia proíbe trabalhadores de irem para a Malásia
A Birmânia proibiu trabalhadores do país de irem para a Malásia, de maioria muçulmana, numa altura em que se deterioram as relações entre as duas nações devido à repressão de Rangum à minoria rohingya.
© Reuters
Mundo Minoria Rohingya
A decisão surgiu depois de o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, ter criticado a líder 'de facto' da Birmânia, Aung San Suu Kyi, por permitir um "genocídio", durante um evento em Kuala Lumpur no domingo que atraiu milhares de pessoas.
A multidão protestava contra a repressão no estado birmanês de Rakhine que levou mais de 20 mil rohingyas, uma minoria muçulmana, a fugir para o Bangladesh.
Sobreviventes da violência contaram à agência AFP histórias de violações em grupo, tortura e homicídio às mãos das forças de segurança birmanesas, enquanto dezenas morreram ao tentar atravessar o rio que separa os dois países.
A Birmânia, com maioria budista, há muito que discrimina os rohingya, e a recente crise fez gerar protestos em países muçulmanos em toda a região, incluindo na Malásia.
"Queremos dizer a Aung San Suu Kyi que já chega (...) Devemos e vamos defender os muçulmanos e o Islão", disse Najib no domingo, perante cerca de cinco mil pessoas.
"O mundo não pode ficar a assistir a um genocídio sem fazer nada", afirmou.
Dirigentes birmaneses negaram acusações de abusos e Suu Kyi disse à comunidade internacional que deve parar de alimentar "chamas de ressentimento".
Na terça-feira à noite, o ministério da imigração birmanês disse que parou de emitir novas licenças para os seus cidadãos irem trabalhar para a Malásia, há vários anos um dos destinos preferenciais para os trabalhadores.
"A Birmânia parou temporariamente de enviar trabalhadores para a Malásia, a partir de 06/12/2016, devido à atual situação na Malásia", disse o ministério em comunicado.
A Malásia acolhe dezenas de milhares de trabalhadores birmaneses, a maioria a exercer funções em fábricas ou na indústria da restauração.
De acordo com a Malásia, cerca de 56 mil rohingyas chegaram à sua costa nos últimos anos, a maioria tendo realizado perigosas viagens de barco para fugir à pobreza e discriminação do estado de Rakhine.
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