África do Sul quer impedir saída de relatório sobre corrupção
O presidente sul-africano, Jacob Zuma, apresentou um recurso na justiça para impedir a divulgação de um relatório oficial sobre a alegada influência de empresários sobre o chefe de Estado, anunciou hoje o seu porta-voz.
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Joanesburgo, 13 out - O presidente sul-africano, Jacob Zuma, apresentou um recurso na justiça para impedir a divulgação de um relatório oficial sobre a alegada influência de empresários sobre o chefe de Estado, anunciou hoje o seu porta-voz.
"Sim, existe um recurso para interdição", afirmou à agência France Presse Bongani Nggulunga na véspera da prevista divulgação do relatório.
O inquérito da mediadora da República, Thuli Madonsela, visa particularmente a família Gupta, poderosa fratria de empresários de origem indiana suspeitos de terem intervindo junto do chefe de Estado para a nomeação de ministros ou de dirigentes de empresas públicas.
Zuma foi ouvido sobre o assunto durante quatro horas na passada quinta-feira pela mediadora.
O presidente reconhece a proximidade aos Gupta, cujo império vai do setor mineiro aos meios de comunicação social, passando pelo imobiliário e pela engenharia. Mas sempre assegurou ser o único a decidir sobre a atribuição das pastas ministeriais.
O recurso pedindo o adiamento da publicação do relatório será analisado pela justiça na terça-feira, indicou à AFP o porta-voz de Madonsela, Oupa Segwale.
A mediadora da República deixa oficialmente as suas funções no sábado, após um mandato de sete anos durante os quais mostrou determinação em combater a má utilização dos fundos públicos ao mais alto nível do Estado.
Madonsela conseguiu, após uma longa batalha judicial de dois anos, que o chefe de Estado reembolsasse uma parte do dinheiro público utilizado para renovar a sua propriedade privada. Em setembro, Zuma pagou ao Tesouro 7,8 milhões de rand (480.000 euros) por obras consideradas como sendo apenas para seu conforto pessoal.
A substituta de Madonsela, Busisiwe Mkhwebane, uma advogada que trabalhava no Ministério da Segurança do Estado, já deixou entender que os casos de corrupção na chefia do Estado não serão a sua prioridade.
PAL // APN
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