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FARC declara perante governo "recursos monetários e não monetários"

A guerrilha colombiana FARC anunciou hoje que vai declarar perante o Governo "os recursos monetários e não monetários" que compõem a sua "economia de guerra", necessários para ressarcir as suas vítimas do conflito armado.

FARC declara perante governo "recursos monetários e não monetários"
Notícias ao Minuto

23:56 - 01/10/16 por Lusa

Mundo Colômbia

"Conforme o estabelecido no acordo final, procederemos à reparação material das vítimas no âmbito das medidas de reparação integral, observando os critérios estabelecidos pela jurisprudência do Tribunal Constitucional sobre os recursos de guerra", disse a FARC em comunicado, na sequência do acordo de paz assinado na segunda-feira.

Os guerrilheiros acrescentaram que essa declaração será feita de forma totalmente livre e como parte do processo de cessar-fogo bilateral e definitivo e o abandono das armas, e que inclui o acantonamento da guerrilha até à desmobilização final.

As FARC, diz-se no comunicado, acordarão com o Governo os procedimentos e protocolos para inventariar os bens, incluindo os chamados recursos para a guerra. Os recursos, por razões de ética política, nunca fizeram ou fazem parte de patrimónios individuais, diz-se também.

Segundo os guerrilheiros, tudo o que possuem está incluído no inventário e por isso declaram de imediato que não têm recursos adicionais, monetários ou não, aos que vão ser declarados na sequência do acordo de paz.

Em abril passado a revista britânica The Economist estimava que as FARC tinham 10.500 milhões de dólares, resultado de atividades ilícitas como tráfico de droga, extorsão e sequestro.

O Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, comentou o anúncio da guerrilha afirmando que a decisão das FARC é uma exigência da sociedade, que considera que ressarcir as vítimas não deve ser obrigação apenas do Governo e que a guerrilha deve contribuir.

O negociador do Governo nos diálogos de paz, Humberto de la Calle, considerou que o anúncio foi uma boa notícia, sobretudo para as vítimas, e mostra que os acordos estão a ser cumpridos e que vai haver reparação material para as vítimas da guerra.

Cerca de 35 milhões de colombianos vão no domingo às urnas para um plebiscito sobre o acordo de paz assinado com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Os eleitores vão dizer "sim" ou "não" à pergunta: "Apoia o acordo final para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?".

O acordo foi assinado na segunda-feira em Cartagena das Índias pelo Presidente e pelo número dois das FARC, Rodrigo Londono.

Partidários do "sim" e do "não" fizeram hoje os comícios finais mas em geral as campanhas não despertaram grande interesse. Todos os partidos menos o Centro Democrático, de direita, apoiam o "sim".

As sondagens têm dado a vitória do "sim". A guerra dura há 52 anos

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