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Ban Ki-moon pede cidadania para minoria muçulmana rohingya na Birmânia

O secretário-geral da ONU pediu hoje ao governo da líder birmanesa Aung San Suu Kyi para conceder a cidadania aos vários milhares de rohingya que vivem naquele país, uma minoria muçulmana que é oprimida há décadas na Birmânia.

Ban Ki-moon pede cidadania para minoria muçulmana rohingya na Birmânia
Notícias ao Minuto

19:24 - 30/08/16 por Lusa

Mundo ONU

"Transmito as preocupações da comunidade internacional sobre as dezenas de milhares de pessoas que vivem em condições muito duras em acampamentos há mais de quatro anos", declarou Ban Ki-moon, durante uma conferência de imprensa conjunta com Aung San Suu Kyi em Naypyidaw, capital administrativa da Birmânia.

"Pessoas que vivem neste país há várias gerações deviam ter o mesmo estatuto legal e a mesma cidadania como qualquer outro", acrescentou.

A minoria rohingya, composta por cerca de um milhão de pessoas, continua ainda a ser considerada como uma comunidade de imigrantes ilegais do vizinho Bangladesh, apesar de alguns viverem na Birmânia há várias gerações.

Muitos deles vivem em acampamentos na região oeste do país, depois dos incidentes intercomunitários de grande violência ocorridos em 2012.

O clima de tensão continua bem presente, sob a influência dos nacionalistas budistas, e mesmo Aung San Suu Kyi, atual ministra dos Negócios Estrangeiros birmanesa, evita assumir qualquer posição sobre este assunto.

"A questão é mais ampla do que o direito da comunidade rohingya de escolher como é identificada", sublinhou Ban Ki-moon, usando o termo 'rohingya', reivindicado pela comunidade mas considerado como um tabu na Birmânia.

A própria Aung San Suu Kyi insiste em não tratar os rohingya pelo seu nome.

"Todos os cidadãos da Birmânia, independentemente da sua etnia e do seu passado, devem poder viver em igualdade e em harmonia ao lado dos seus vizinhos", defendeu o secretário-geral da ONU, que deve participar na quarta-feira nas negociações de paz entre o governo birmanês e os grupos rebeldes armados.

A questão dos rohingya não consta na agenda das negociações.

Aung San Suu Kyi pediu ao ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan para ajudar a encontrar uma resolução para o complexo conflito em redor da minoria rohingya. Kofi Annan é esperado na Birmânia no início de setembro.

Num relatório recente, a ONU expressou preocupação em relação à violação dos direitos desta minoria, nomeadamente a recusa de cidadania, o trabalho forçado e a violência sexual, afirmando que tais ações devem ser consideradas "crimes contra a humanidade".

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