Líder da Birmânia inicia visita à China
A líder da Birmânia, Aung San Suu Kyi, inicia hoje uma visita oficial a Pequim, onde abordará vários assuntos com os líderes chineses, incluindo o projeto da barragem de Myitsone, suspenso pela Birmânia em 2011.
© Reuters
Mundo Pequim
Suu Kyi, que recebeu o prémio Nobel da Paz em 1991, será recebida hoje com uma cerimónia de boas-vindas e com honras de chefe de Estado pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
Na sexta-feira, Suu Kyi reúne-se com o Presidente chinês, Xi Jinping.
Apesar de liderar a Birmânia, Suu Kyi é oficialmente ministra dos Negócios Estrangeiros e Conselheira de Estado, estando impossibilitada de assumir o cargo de presidente, por estar casada com um estrangeiro.
É a sua primeira viagem a Pequim desde que assumiu o cargo, e ocorre uma semana antes de a Birmânia celebrar a Conferência de Panglong, que promove a paz entre o Governo e as guerrilhas constituídas por minorias étnicas.
O apoio da China é visto como crucial para pôr fim a décadas de conflitos étnicos no país, algo em que Pequim está interessado, visto que em ocasiões passadas os confrontos com o exército da Birmânia ocorreram em zonas junto à sua fronteira.
Esta visita ocorre um mês antes de Suu viajar até aos Estados Unidos da América, o que é interpretado pela China como um sinal de boas relações bilaterais.
Pequim foi o único apoio internacional da Junta Militar que governou a Birmânia (desde o final dos anos 1960 até 2011) e que manteve Suu 15 anos na prisão.
Ainda assim, continuam a existir diferendos entre os dois países vizinhos.
O fundamental diz respeito ao adiamento da construção da barragem de Myitsone, financiada pela China, numa decisão que contou com a influência de Suu Kyi.
A aprovação, no passado fim de semana, por parte da Birmânia, de um comité para rever a situação do projeto despertou as esperanças da China de que este seja reativado, segundo publicaram alguns jornais oficiais chineses.
A China é o principal investidor na Birmânia.
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