Governo alemão quer exército a atuar em caso de ataque terrorista
A ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, quer acelerar os planos para permitir a intervenção do Exército em casos de alerta interno grave ou de ataque terrorista.
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Mundo Segurança
"No final do verão decidiremos com os ministros do Interior dos estados federados que casos específicos devemos começar a testar", indicou a ministra em declarações ao diário Bild.
Von der Leyen defende a necessidade, "o mais cedo possível", de uma regulação clara que permita às forças armadas atuar "de imediato" no caso de uma situação de gravidade nacional que obrigue a ativar dispositivos de segurança especiais.
Para isso, acrescenta a ministra, devem estabelecer-se quanto antes as relações e cadeias de comando entre o corpo policial - que corresponde aos estados federados - e o Exército - ao governo federal.
Já em meados de julho a ministra admitiu a possibilidade de autorizar a intervenção do Exército no interior do país, perante o alerta terrorista generalizado na Europa.
Os recentes atos de violência e atentados terroristas na Baviera precipitaram a discussão, após as suspeitas expressadas pelo Partido Social Democrata (SPD), que faz parte da coligação no governo, e também do setor policial.
O governo regional da Baviera tem vindo a insistir com a chanceler, Angela Merkel, para que sejam reforçados os dispositivos de segurança nacional, endurecida a política de asilo e para sejam impostos limites à entrada de refugiados.
Os dois recentes atentados terroristas foram cometidos por refugiados - um afegão de 17 anos que atacou os passageiros de um comboio regional e foi abatido pela polícia, em Würzburg, e um sírio de 27 anos que detonou a bomba que levava na mochila, em Ansbach.
A ministra da Defesa apresentou em meados de julho o seu "Livro branco da Política de Segurança e Futuro do Exército", no qual se defende a possibilidade de o exército intervir em operações antiterroristas no interior do país, algo que até agora estava reservado à Polícia.
Segundo o documento, o Exército federal deve preparar-se para intervir no interior em caso de "atentados simultâneos", perpetrados em paralelo em diferentes lugares, como os que ocorreram em França ou na Bélgica, explicou então a ministra, da União Democrata Cristâ (CDU), liderada por Merkel.
Von der Leyen quer promover a modernização do Exército, que pela primeira vez em décadas terá um aumento do seu contingente e orçamento.
Em junho, a ministra anunciou um reforço de 7.000 soldados e um aumento orçamental, dos atuais 34.300 milhões de euros para 39.200 milhões em 2020.
Desde a queda do Muro de Berlim e a reunificação do país em 1990, as forças armadas foram reduzidas de 585.000 efetivos para 177.000 soldados.
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