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Médico acusado de pedofilia foi autorizado a trabalhar com crianças

Apesar dos testemunhos e da acusação, o médico foi autorizado pelo hospital a regressar ao trabalho na secção de pediatria.

Médico acusado de pedofilia foi autorizado a trabalhar com crianças
Notícias ao Minuto

17:28 - 31/03/16 por João Oliveira

Mundo Irlanda

Está em curso uma investigação sobre um médico que foi autorizado a trabalhar novamente na pediatria de um hospital, depois de ter sido provado que abusou sexualmente de menores.

Conta o britânico The Guardian que o médico Morris Fraser, do hospital irlandês Royal Ulster Constabulary, foi acusado em 1971 de abusar sexualmente de um rapaz de 13 anos mas não chegou a ser condenado. Mesmo ciente deste contexto, a administração do hospital manteve Fraser e até o autorizou a continuar a trabalhar na pediatria da unidade hospitalar.

Mais tarde, em 1974, Morris voltaria a ser acusado pelos mesmos crimes, mas acabou novamente por escapar à condenação. Ao que a publicação britânica apurou, o médico estava envolvido numa rede de pedofilia. Era ele quem encaminhava muitos menores para a casa de acolhimento Kincora, na região de Belfast, na Irlanda do Norte.

Mais chocante ainda será uma das suspeitas sobre o caso: o autor do relatório, Niall Meehan, adianta que o médico e os restantes envolvidos tinham ligações às forças de segurança, que estavam cientes daquilo que se passava em Belfast mas, simplesmente, ‘fecharam os olhos’.

Citada pelo The Guardian, uma das vítimas, Richard Kerr, conta aquilo que viveu quando tinha apenas 12 anos, quando visitou o gabinete do médico pela segunda vez, e quando este lhe pediu que tirasse as calças.

"Vi o senhor Fraser com uma câmara polaroid no gabinete e achei estranho. Passados poucos minutos, ele já estava a tirar múltiplas fotografias e apenas dizia para eu não me preocupar, que tudo ia ficar bem". Dias depois, Morris encaminhou o rapaz para a casa de Kincora, onde viria a ser abusado várias vezes.

Foi apenas em 1992 que Fraser foi finalmente condenado, depois de terem sido provado que ele recolhia, guardava e distribuía imagens de menores na internet. Só aí é que o médico deixou de exercer a profissão, mas apenas por “vontade própria”, como conta o Guardian.

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