Quinze deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) abstiveram-se no dia 23 de dezembro, o que fez com que o programa do primeiro-ministro Carlos Correia não fosse aprovado.
Do grupo, Baciro Djá já tinha sido expulso das fileiras do PAIGC em novembro, também por alegado desrespeito aos estatutos do partido.
O acórdão do Conselho de Jurisdição do PAIGC (tribunal do partido) alega que os outros 14 deputados, ao não votarem a favor do programa de Governo, contrariaram as instruções dadas de forma expressa pelo bureau político, órgão de decisão partidária.
Em sua defesa, os 14 deputados afirmam que não votaram a favor do programa de Governo por este não ter sido discutido pelo Comité Central (órgão máximo entre Congressos) como, dizem, mandam os estatutos.
Para o Conselho de Jurisdição, a atitude dos 14 deputados "é uma conduta subversiva e de traição política grave" aos estatutos do PAIGC, pelo que são expulsos.
Foram expulsos os deputados Abel da Silva, Braima Camará, Amido Keita, Bacai Sanhá Júnior, Eduardo Mama, Adulai Djalo (Nhiribui), Tcherno Sanhá, Tumane Mané, Aurora Sanó, Rui Diã de Sousa, Manuel Nascimento Lopes, Isabel Buscardini, Satu Camará e Soares Sambu.
O Parlamento da Guiné-Bissau reúne-se na segunda-feira para a reapreciação do programa do Governo, dia em que se saberá se estes deputados vão estar ou não na bancada do PAIGC.
Na quarta-feira, em conferência de imprensa, prometeram não abandonar os lugares.
Uma eventual substituição de deputados é um processo autónomo e subsequente à expulsão do partido, explicou à Lusa fonte ligada ao processo.