Sul de Angola enfrenta "drama" no abate de animais selvagens
A província angolana do Cuando Cubango, que acolhe a Conferência Internacional de Procuradores de África sobre Caça Furtiva, vive diariamente o "drama" do abate indiscriminado de elefantes, rinocerontes, hipopótamos e búfalos, segundo as autoridades de Angola.
© Lusa
Mundo Caça
A situação foi referida pelo governador do Cuando Cubango, Higino Carneiro, na abertura, quarta-feira, da conferência, que hoje termina em Menongue, capital daquela província do sul de Angola.
Higino Carneiro defendeu a criação de condições para um maior controlo dos recursos da fauna angolana, a começar pela implantação de destacamentos fiscais e a sua formação contínua.
O governante angolano apontou igualmente a necessidade da construção de uma escola para a formação de fiscais ambientais, com abrangência regional.
Por sua vez, a ministra do Ambiente de Angola sublinhou a importância do encontro, que acontece no Cuando Cubango, território com 87 mil quilómetros quadrados integrados num dos maiores projetos de conservação ambiental do mundo, e de onde chegam relatos diários de destruição da fauna e da flora.
Angola, através do Cuando Cubango, faz parte do projeto transfronteiriço Okavango-Zambeze, que abrange ainda a Zâmbia, Zimbabué, Botsuana e a Namíbia, totalizando 278 mil quilómetros quadrados de zonas protegidas.
Fátima Jardim frisou que assiste-se em todo o mundo à proliferação de casos de caça ilegal, particularmente em Angola, onde as zonas fronteiriças e de conservação animal têm sido "sistematicamente atingidas por este mal".
Já o Procurador-Geral da República de Angola, João Maria de Sousa, disse que a criminalização dos infratores é o "caminho mais curto" para a mudança do atual quadro, que considerou deve ser encarado "com seriedade e determinação" para a proteção e preservação das espécies selvagens ameaçadas de extinção em África.
Na reunião, estão a ser debatidos temas sobre a problemática, estratégias e legislação referente à caça furtiva, bem como o estudo de casos das áreas de conservação fronteiriça.
O grupo de participantes é composto por procuradores membros da Associação de Procuradores de África (APA), nomeadamente de Angola, Moçambique, África do Sul, Namíbia, Tanzânia, Zimbabué, República Democrática do Congo, Zâmbia, Guiné-Conacri, Lesoto e Camarões.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com