Segundo fontes citadas pelo jornal Taipei Times, próximo do Executivo liderado por William Lai, o Conselho de Assuntos do Continente (MAC, na sigla em inglês) - responsável pelas relações com a China -- alterou a regulação vigente para exigir que os funcionários que viajem por "motivos não oficiais" a estas cidades apresentem relatórios antes e depois das visitas.
Os que não entregarem essas informações poderão enfrentar "medidas disciplinares", indicaram as fontes, acrescentando que as mudanças legislativas serão submetidas ao parlamento para aprovação e implementação definitiva.
"As viagens à China, Hong Kong e Macau implicam riscos crescentes, e Taiwan vai reforçar ainda mais o sistema de gestão do seu pessoal governamental", referiram as fontes, explicando que os relatórios devem incluir também detalhes sobre reuniões ou contactos com "pessoas específicas" desses territórios.
A mudança ocorre cerca de meio ano após William Lai ter anunciado um conjunto de iniciativas para contrariar as operações de influência da China, a que se referiu como uma "força externa hostil".
Entre as medidas está a obrigação de divulgação, por parte de todos os funcionários do Governo, a nível central e local, de qualquer participação em intercâmbios com entidades chinesas.
Em abril, o Executivo taiwanês já tinha endurecido os critérios para a atribuição de residência a cidadãos de Hong Kong e Macau, por "razões de segurança nacional".
Na altura, o presidente do MAC, Chiu Chui-cheng, explicou que os requerentes de residência oriundos destes territórios passarão a ser avaliados sob uma nova categoria que incluirá um "período de observação de segurança nacional", com o objetivo de "garantir maior segurança" para os cidadãos de Taiwan.
Taiwan é governado autonomamente desde 1949, sob o nome de República da China, com forças armadas próprias e um sistema político, económico e social distinto do da República Popular da China, sendo considerada uma das democracias mais avançadas da Ásia.
Pequim, no entanto, considera a ilha como uma "parte inalienável" do seu território e, nos últimos anos, tem intensificado a campanha de pressão para concretizar a "reunificação nacional", pilar do projeto de longo prazo do Presidente chinês, Xi Jinping, para o "rejuvenescimento" da nação.
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