Europa não se pode limitar a emocionar-se, tem de agir
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse hoje que a Europa não se pode limitar a emocionar-se com imagens de refugiados mortos, mas tomar medidas concretas para resolver o problema.
© Reuters
Mundo Matteo Renzi
"A Europa não pode apenas emocionar-se", disse Renzi numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo de Malta, Joseph Muscat, depois das reações de choque à fotografia do cadáver de um menino sírio de três que deu à costa numa praia da Turquia, publicada hoje nas primeiras páginas de muitos jornais europeus.
"Quando um pai tenta regressar a Kobane para enterrar a família", "a culpa não é da Europa", mas "a Europa tem o dever de dar uma resposta que parte de um direito de asilo europeu, de iniciativas europeias de acolhimento e gestão de emergências, de medidas europeias de repatriamento e de uma estratégia global (...) nos países de origem", afirmou.
"Face a esta emergência, ou a Europa dá uma resposta política com P grande, ou perde a face", insistiu.
Para Renzi, "o momento não é de demagogia, mas de política a sério", porque quando "uma criança corre o risco de se afogar, é preciso tudo fazer para a salvar".
O primeiro-ministro maltês, que a 11 e 12 de novembro acolhe em La Valetta uma cimeira Europa-África sobre migração e desenvolvimento, insistiu por seu lado na necessidade de, "a médio prazo", pôr fim "ao caos na Líbia". "Se não, será pior", advertiu.
A Itália juntou-se à Alemanha e à França no apelo para uma ampla revisão das regras do direito de asilo, lançado com vista à reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) de quinta e sexta-feira no Luxemburgo.
Desde o início do ano, mais de 115.000 migrantes chegaram por mar à Itália e o dobro -- 230.000 -- à Grécia, segundo números oficiais divulgados hoje.
O presidente da UE, Donald Tusk, pediu hoje aos países membros que acolham pelo menos 100.000 refugiados.
Em junho, no entanto, os líderes europeus recusaram uma proposta de Bruxelas para o acolhimento, com base num sistema de quotas, de 40.000 refugiados, aceitando apenas acolher numa base voluntária 32.000 refugiados da Síria e da Eritreia.
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