São Tomé e Príncipe julga comandante procurado pela Interpol
Os responsáveis do navio nigeriano 'Thander' estão acusados dos crimes de "falsificação de documentos, danos contra a natureza, poluição e condução perigosa de meio de transporte", anunciou hoje o Ministério Publico são-tomense
© Lusa
Mundo Nigéria
Em comunicado assinando pelo Procurador-Geral da República (PGR), Frederico Samba, o Ministério Público (MP) indica que o comandante, o chefe e segundo chefe de máquinas da embarcação "encontram-se sujeitos a proibição de sair do país, uma medida imposta pelo juiz de instrução criminal no âmbito deste processo-crime".
O Ministério Publico iniciou a instrução preparatória na sequência do afundamento da embarcação, ocorrido no passado dia 06 de abril na zona económica exclusiva (ZEE) de são Tomé e Príncipe.
O comunicado do MP refere ainda que a acusação foi desencadeada, "depois de várias investigações dentro e fora do país com recurso a cooperação internacional, através da Interpol, autoridades judiciárias da Nigéria, da Alemanha e do Canadá".
Em meados de maio passado, uma embarcação de pesca com matrícula Nigéria, de nome Thander, com mais 32 marinheiros a bordo e que era procurada pela Interpol afundou-se na costa são-tomense, perto do porto das alfândegas.
Todos os passageiros sobreviveram e desembarcaram no porto de São Tomé, levantando suspeitas de que o navio terá sido deliberadamente afundado pela tripulação.
O referido navio pretendia fazer o transbordo do pescado no mar são-tomense e obter nova matrícula
Cerca de duas semanas depois o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP-PSD) acusou o governo de cumplicidade com os tripulantes do navio "Thander", que era perseguido pela Interpol.
"Não é possível que um navio procurado pela Interpol entre nas nossas águas, autorizado por entidades nacionais, execute uma operação de transbordo de mercadorias para outro navio na calada da noite e intencionalmente abrem-se os convés e afunda-se o navio", acusava o líder do MLSTP-PSD, Jorge Amado em conferência de imprensa.
"Os marinheiros piratas saem todos sãos e salvos, bem trajados, saltam para cima de jangadas previamente preparadas e de acordo com indicações, ficam aguardando os militares da nossa marinha para os transportar para terra", sublinha.
"O chefe dos piratas foi premiado com um visto de estadia de três meses no território nacional para ter o tempo para negociar a partilha de dividendos", sublinha o líder do principal partido são-tomense da oposição.
Fonte do Tribunal são-tomense de Primeira Instância disse à Lusa que o julgamento "pode estar para breve".
Dos mais de 30 membros da tripulação dessa embarcação, apenas três se encontram em são Tomé e Príncipe. Os restantes, maioritariamente indonésios foram autorizados a deixar o país. No grupo figurava um cidadão português.
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