"Se os produtos indianos tiverem dificuldades para entrar no mercado norte-americano, o mercado russo acolhe as exportações indianas", disse o encarregado de negócios da embaixada da Rússia em Nova Deli, Roman Babushkin.
"Não se preocupem com isso", acrescentou durante uma conferência de imprensa na capital indiana, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Desde 07 de agosto, os Estados Unidos aumentaram em 25% as tarifas sobre os produtos indianos e está previsto que uma segunda fase entre em vigor em 27 de agosto, elevando as tarifas para 50%.
A porta-voz da Casa Branca (presidência), Karoline Leavitt, afirmou na terça-feira que o Presidente Donald Trump "impôs sanções à Índia" para exercer "uma enorme pressão pública" para pôr fim à guerra na Ucrânia.
A Rússia está sob fortes sanções económicas dos países ocidentais por ter invadido a Ucrânia em fevereiro de 2011, que afetam as suas vendas de petróleo e gás natural.
Em resposta à justificação norte-americana, Babushkin defendeu a relação energética bilateral e criticou as medidas de Washington.
"A Rússia é o maior produtor de petróleo e a Índia o maior consumidor. Qualquer ação unilateral provoca interrupções nas cadeias de abastecimento e desestabilização dos mercados globais, colocando em risco a segurança energética dos países em desenvolvimento", afirmou.
O diplomata russo acusou os países ocidentais de se comportarem "como potências neocoloniais" interessadas apenas no benefício próprio.
Acusou-os também de exercerem pressões "injustificadas e unilaterais" que impedem a cooperação equitativa.
De acordo com a embaixada russa, o comércio bilateral entre Moscovo e Nova Deli ultrapassou os 68 mil milhões de dólares (58,3 mil milhões de euros, ao câmbio atual) no ano fiscal de 2024-25.
A Índia exporta principalmente produtos agrícolas, químicos, farmacêuticos e ferro e aço para a Rússia, enquanto as importações russas são dominadas pelo petróleo e derivados.
A Rússia é parceira da Índia no grupo BRICS de economias emergentes, que integra também o Brasil, a China e a África do Sul.
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