No documento, a AMPROCS manifesta "o seu veemente repúdio à decisão do Governo da Guiné-Bissau de encerrar as delegações da agência Lusa, RDP e RTP, determinando ainda a expulsão dos profissionais portugueses que nelas trabalham".
O Governo da Guiné-Bissau decidiu suspender, em 15 de agosto, com efeitos imediatos, as delegações dos três órgãos públicos portugueses e deu até hoje, 19 de agosto, aos representantes para abandonarem o país, não tendo sido avançadas as razões.
A medida coincidiu com o momento em que todos os representantes destes órgãos de comunicação já se encontravam de férias em Portugal.
"Reiteramos a nossa solidariedade para com os jornalistas visados e apelamos ao Governo que reconsidere urgentemente a sua posição, permitindo que estes profissionais continuem a exercer a sua nobre missão de informar e servir a população guineense", refere a nota da AMPROCS.
A associação guineense considera que "esta medida representa um grave atentado à liberdade de imprensa e de expressão, princípios fundamentais de qualquer Estado de Direito democrático, além de prejudicar seriamente a imagem internacional da Guiné-Bissau".
A AMPROCS sublinha que "tal decisão não contribui para o fortalecimento da democracia, nem para a estabilidade social e política do país".
"Pelo contrário, configura uma forma de pressão psicológica e intimidação sobre os profissionais afetados, comprometendo o direito da população guineense a uma informação livre, plural e independente", lê-se na nota de repúdio.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulos Rangel, encontrou-se, na segunda-feira, em Lisboa, com o homólogo da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, expressando a expetativa de que a situação "possa ser ultrapassada".
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