Nomes de mais de 12 mil crianças mortas lidos em vigília em Itália

Os nomes de mais de 12 mil crianças palestinianas e de 16 israelitas mortas no conflito em Gaza estão hoje a ser lidos na localidade italiana de Marzabotto, palco de um massacre durante a II Guerra Mundial.

Faixa de Gaza, Palestina

© Dawoud Abo Alkas/Anadolu via Getty Images

Lusa
14/08/2025 16:41 ‧ há 2 horas por Lusa

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Médio Oriente

Presidente da Conferência Episcopal Italiana e enviado papal à Ucrânia, o cardeal Matteo Zuppi lidera uma vigília de oração que se prolonga por várias horas e que terminará apenas hoje à noite, e durante o qual são lidos os nomes e idades das crianças que morreram entre 07 de outubro de 2023 (data do ataque do Hamas a Israel) e 15 de julho passado, ao longo de mais de 21 meses de ofensiva israelita na Faixa de Gaza, num total de 469 páginas.

 

O cardeal explicou que a iniciativa se desenrola, ao longo de "muitas horas", com a esperança de que, "ao refletir sobre o sofrimento das crianças", que "não são números, mas sim pessoas", seja possível "começar algo novo e diferente", desde logo com um cessar-fogo e a paz.

Ao chegar a Monte Sole di Marzabotto (província de Bolonha, no norte de Itália), Zuppi apontou que a oração visa "recordar [as vítimas] e mostrar preocupação a partir de um lugar de sofrimento e que sempre foi, intencionalmente, um lugar de memória para todas as vítimas".

O cardeal falava nas ruínas da igreja de Casaglia, incendiada pelos nazis em 1944, e que foi cenário do maior massacre de civis cometido pelas Waffen SS na Europa Ocidental: entre 29 de setembro e 05 de outubro desse ano, foram assassinados em torno da pequena aldeia 1.830 civis, entre os quais muitas crianças, fuzilados junto à igreja e cemitério adjacente.

"Esperamos que isto leve a respostas adequadas: o sofrimento das crianças deve ser sentido ao máximo. Começaremos pelas crianças mortas pelo Hamas em 07 de outubro, depois por todas as que foram mortas desde então, e esperamos que isso inspire todos a escolher outros caminhos e a não colocar em risco a vida de inocentes", declarou o cardeal Zuppi.

Na quinta-feira, o Papa voltou a defender que a crise humanitária na Faixa de Gaza deve ser resolvida imediatamente, pedindo também a libertação dos reféns israelitas no enclave palestiniano.

"A crise humanitária precisa de ser resolvida e não podemos continuar assim. Conhecemos a violência do terrorismo e respeitamos os muitos que morreram, bem como os reféns. Precisamos da sua libertação, mas também precisamos de pensar nos muitos que estão a morrer de fome", frisou Leão XIV, em declarações aos jornalistas à chegada a Castel Gandolfo, o tradicional retiro de verão dos papas.

"Estamos a impulsionar o diálogo, a procurar soluções. Estes problemas não se resolvem com a guerra. Devemos procurar sempre a paz", insistiu.

A ofensiva israelita em Gaza começou depois dos ataques do movimento islamita palestiniano Hamas, no poder no enclave desde 2007, em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e perto de 250 foram feitas reféns, das quais cerca de 50, incluindo 20 com vida, permanecem detidas.

Desde então, a operação militar israelita causou já mais de 61 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas, perante acusações de genocídio por vários países e organizações.

Leia Também: Entregar ajuda em Gaza? Israel acusa mais de 100 ONG de cumprirem regras

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