Alasca. Aliados de Kyiv querem sanções se não sair acordo de cessar-fogo

Os aliados da Ucrânia da chamada Coligação de Voluntários, liderada por França, Reino Unido e Alemanha, querem sanções à Rússia reforçadas se o Presidente Putin rejeitar sexta-feira um cessar-fogo na cimeira do Alasca com o homólogo norte-americano, Donald Trump.

Merz, Zelensky

© Omer Messinger/Getty Images

Lusa
13/08/2025 21:35 ‧ há 1 hora por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Paris, 13 ago 2025 (Lusa) - Os aliados da Ucrânia da chamada Coligação de Voluntários, liderada por França, Reino Unido e Alemanha, querem sanções à Rússia reforçadas se o Presidente Putin rejeitar sexta-feira um cessar-fogo na cimeira do Alasca com o homólogo norte-americano, Donald Trump.

 

Hoje reunidos por videoconferência, também com a participação do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, os países da Coligação de Voluntários sublinharam que estão prontos para desempenhar um "papel ativo" na prestação de garantias de segurança à Ucrânia para uma futura paz, em particular através do destacamento do que designam como "força de tranquilização" quando as hostilidades cessarem.

"Não poderão ser impostas quaisquer restrições às Forças Armadas ucranianas e à sua cooperação com países terceiros. A Rússia não deve poder vetar o caminho da Ucrânia em direção à União Europeia (UE) e à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental)", afirmaram, numa declaração assinada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, na qualidade de copresidentes do grupo.

Em todo o caso, os líderes desta coligação saudaram o caminho aberto por Donald Trump, que tentará na sexta-feira obter um cessar-fogo, embora sublinhando ao mesmo tempo que o caminho para a paz, que deve ser "justa e duradoura", não pode ser decidido sem a Ucrânia.

"É necessário manter uma abordagem que combine diplomacia ativa, apoio à Ucrânia e pressão sobre a Rússia. Uma solução diplomática tem de proteger os interesses vitais da Ucrânia e da Europa em matéria de segurança", sustentaram.

Umas negociações verdadeiramente construtivas só podem ter lugar no contexto de um cessar-fogo ou de um abrandamento significativo das hostilidades, afirmaram, defendendo também o princípio de que "as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força".

A declaração foi elaborada na última das videoconferências dos líderes hoje realizadas, antes da reunião de sexta-feira no Alasca entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e Donald Trump, na qual não participarão nem a Ucrânia nem representantes europeus.

A mais importante destas reuniões decorreu pouco antes, juntando virtualmente os líderes europeus e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o próprio Trump.

Nessas conversações, o chefe de Estado norte-americano disse-lhes que tentará na sexta-feira obter um cessar-fogo e que não haverá negociações sobre cedências territoriais sem a participação de Zelensky.

Trump defendeu também que a NATO não deve participar em futuras medidas para garantir a paz e a segurança na Ucrânia, se for alcançado um acordo, mas que os Estados Unidos e os países aliados que estiverem dispostos a tal o farão.

Foi com essa ideia em mente que a chamada Coligação de Voluntários foi criada no primeiro semestre deste ano, para coordenar tanto a manutenção do apoio à Ucrânia como para organizar os esforços para fornecer essas futuras garantias de segurança, incluindo o envio de tropas para o terreno.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado, em ofensivas com 'drones' (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

Leia Também: Julho foi mês com mais vítimas civis desde o início da guerra na Ucrânia

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