Florida prepara novo centro de detenção depois do Alligator Alcatraz

O governo da Florida prepara-se para construir um segundo centro de detenção de imigrantes, concedendo pelo menos um contrato para o chamado Centro de Detenção do Norte, de acordo com registos estaduais, citados pela agência Associated Press.

Alligator Alcatraz

© Joe Raedle/Getty Images

Lusa
05/08/2025 23:31 ‧ há 3 horas por Lusa

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EUA

Este segundo centro de detenção, a situar num centro de treino da Guarda Nacional da Florida, designado por Centro de Detenção do Norte - Camp Blanding, deverá situar-se a cerca de 43 quilómetros a sudoeste do centro de Jacksonville.

 

O local aumentaria a capacidade do primeiro centro de detenção do estado, construído num aeródromo isolado nos Everglades, o Alligator Alcatraz.

As autoridades estaduais já assinaram contratos num valor superior a 245 milhões de dólares (cerca de 211 milhões de euros), para o Alligator Alcatraz, inaugurado no início de julho.

O governador da Florida, Ron DeSantis, disse que o estado está à espera que as autoridades federais aumentem as deportações do centro sul da Florida, antes de avançar para o segundo centro de detenção.

"Aguardamos ansiosamente o aumento no ritmo" das deportações, disse o governador, em junho.

DeSantis acrescentou que o Estado está "pronto, disposto e capaz" de expandir as suas operações de deportação.

O governador da Florida recordou ainda que há entre 50.000 e 80.000 migrantes que já têm uma ordem final de deportação na Flórida, estado que, segundo afirma, lidera na aplicação da política migratória da administração do Presidente Donald Trump.

As declarações de De Santis foram feitas horas depois de se saber que dois juízes federais requererem ao Governo dos Estados Unidos e ao Estado da Florida informação sobre as operações do Alligator Alcatraz, enquanto avançam duas ações distintas contra este centro, uma de defensores dos migrantes e outra de ambientalistas.

Os defensores dos direitos civis e os grupos ambientalistas apresentaram ações judiciais contra a atividade do Alligator Alcatraz, onde os detidos alegam ter sido impedidos de se reunir com os seus advogados e forçados a ficar sem alimentação e assistência médica.

Os migrantes foram mantidos presos sem quaisquer acusações e sem serem ouvidos por um tribunal federal de imigração, segundo os defensores civis.

Donald Trump elogiou a dureza e o isolamento da unidade como adequados para o "pior dos piores".

A secretária do Departamento de Segurança Interna, Kristi Noem, disse que o centro de detenção do sul da Florida pode servir de modelo para outras unidades de detenção estaduais para imigrantes, como o futuro Centro de Detenção do Norte.

O Governo dos Estados Unidos já deportou pelo menos 500 imigrantes em voos a partir do Alligator Alcatraz, um centro de detenção migratória a oeste de Miami, agora "um 'hub'" para essas operações, segundo o governador da Florida.

"Já deportaram mais de 100 [diretamente] de lá e também voaram de lá mais 300 ou 400 que já foram deportados ou estão à espera da sua deportação de outros locais nos Estados Unidos", afirmou Ron DeSantis.

Portanto, "é como um 'hub'", explicou o governador, na conferência de verão da Associação dos Xerifes da Florida.

Dezenas de ativistas e familiares de migrantes detidos protestaram, em julho, em frente ao local, que consideram um "campo de concentração" e uma "jaula para cães", onde documentaram a detenção de mil pessoas, com pelo menos seis delas a necessitarem de hospitalização, desde a abertura do campo.

Leia Também: EUA negam que detidos em 'Alcatraz dos Jacarés' estejam em greve de fome

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