A visita acontece dois dias antes do final do prazo anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, no ultimato que lançou a Moscovo para colocar um ponto final na guerra contra a Ucrânia.
Fontes ligadas à viagem de Witkoff adiantaram à agência Efe que "o enviado especial estará em Moscovo na quarta-feira para se reunir com os líderes russos".
Trump já tinha anunciado no fim de semana que Witkoff viajaria para a Rússia "na quarta e quinta-feira".
Esta é a quinta visita do enviado especial dos EUA à Rússia - onde foi sempre recebido por Putin - até agora em 2025.
Trump não escondeu as frustrações com o presidente russo e o que considera ser uma falta de compromisso com a paz na Ucrânia, pelo que reduziu o prazo para que pudesse concordar com uma trégua nos combates de 50 para 10 dias, um ultimato que expiraria na sexta-feira.
"Se o prazo chegar e a Rússia não concordar com um cessar-fogo, haverá sanções. Mas [Moscovo] parece muito boa a evitar sanções. São pessoas astutas e bastante habilidosas a contorná-las", frisou Trump no domingo.
O Kremlin garantiu esta semana que terá todo o gosto em receber Witkoff.
"Estamos sempre felizes por ver o senhor Witkoff em Moscovo e por manter contactos com ele. Consideramos estes contactos importantes, significativos e muito úteis", apontou o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, na sua conferência de imprensa diária por telefone.
A Rússia disse estar ciente do novo prazo de Trump, embora insista que está preparada para continuar a guerra.
O chefe de Estado norte-americano debateu hoje com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, novas sanções à Rússia e a cooperação militar entre Washington e Kiev.
O líder ucraniano acrescentou, na reação à conversa telefónica com Trump, que a economia da Rússia "continua em declínio" e que "é exatamente por isso que Moscovo é tão sensível a esta perspetiva [das sanções] e à determinação de Trump".
As tensões entre o Kremlin (presidência russa) e a Casa Branca têm aumentado nos últimos dias, com Donald Trump a destacar dois submarinos nucleares em resposta a comentários nas redes sociais por parte do antigo presidente russo Dmitri Medvedev.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu na segunda-feira que "não há vencedores" numa guerra atómica, recomendando cautela, embora tenha referido que os dois submarinos norte-americanos anunciados por Trump "já estão em serviço" de forma permanente.
No mesmo dia, o Kremlin anunciou que ia levantar a moratória sobre mísseis de curto e médio alcance, após a retirada do tratado internacional para eliminar este equipamento militar, anunciando hoje que ia destacar este tipo de material bélico caso considerasse necessário.
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