Um socorrista brasileiro, chamado a um grave acidente em Campo Mourão, no Paraná, tentou salvar o próprio sogro, mas só percebeu que a vítima era o familiar depois de reparar num detalhe na sua roupa.
Segundo o g1, Edson Fonseca, socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Brasil, foi chamado para um atropelamento, na tarde de terça-feira, 29 de julho. Na altura, o homem, ao registar o local da ocorrência, percebeu apenas que era perto da sua casa.
Ao chegar o local do acidente, iniciou o socorro, mas sem nunca reconhecer o sogro. A vítima não apresentava documentos e encontrava-se em estado muito grave, com inúmeros ferimentos, depois de ter sido atropelada por um autocarro.
"Até então, eu não o conhecia", recordou o socorrista, em declarações ao site brasileiro.
Quando já estava a tratar do encaminhamento do homem para um hospital, Edson foi abordado por um morador, que o interrogou sobre o estado de saúde da vítima e lhe disse que a sua cunhada estava desesperada. Neste momento, o socorrista começou a juntar todas as informações e lembrou-se de que tinha visto o carro do sogro estacionado na rua, algo que era comum.
Ao mesmo tempo, Edson lembrou-se que a vítima, já na ambulância, estava a usar uma camisa de flanela - um detalhe que o levou a perceber que era o seu sogro. "Aí é que caiu a ficha. [...] ele gostava de usar umas camisas de flanela quando estava meio frio", contou o socorrista.
O homem confirmou esta informação quando voltou a olhar para a vítima, que apresentava vários ferimentos e uma máscara de oxigénio. Apesar dos esforços, o idoso, de 74 anos, viria a morrer no hospital, algumas horas depois, devido a um traumatismo craniano.
"Hoje posso falar, assim, de coração, que eu fiz o melhor", disse Edson.
O socorrista e o sogro, identificado como Noel Crispin, já eram amigos antes de integrarem a mesma família, há 20 anos. Os homens eram vizinhos, antes de Edson iniciar uma relação com a filha de Noel.
"O meu relacionamento com ele não era de sogro e genro, sabe? Era de pai e filho", confessou Edson.
O socorrista explicou ao g1 que, antes do acidente, Noel tinha parado na sua casa e da filha para jantarem juntos. Foi atropelado numa altura em que tinha ido ao carro para guardar alimentos que tinha comprado e se preparava para atravessar a rua para voltar à casa.
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