Justiça dos EUA vai ouvir ex-assistente de Epstein, Ghislaine Maxwell

A Justiça norte-americana anunciou hoje que vai ouvir a ex-assistente do empresário Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, sobre o caso de tráfico sexual que está a gerar controvérsia entre apoiantes do Presidente Donald Trump.

Jeffrey Epstein Ghislaine Maxwell

© Joe Schildhorn/Patrick McMullan via Getty Images

Lusa
22/07/2025 19:32 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Epstein

"Pela primeira vez, o Departamento de Justiça está a abordar Ghislaine Maxwell para lhe perguntar: O que é que sabe?", disse o procurador-geral adjunto, Todd Blanche.

 

Este anúncio surgiu quando a procuradora-geral, Pam Bondi, está a ser alvo de críticas dos apoiantes mais fervorosos de Trump, que lhe pedem para cumprir a promessa de divulgar todas as provas dos crimes do falecido empresário.

Blanche relatou que, seguindo as instruções de Bondi, contactou o advogado de Maxwell, que está a cumprir uma pena de 20 anos de prisão por colaborar com Epstein.

Numa declaração divulgada na rede social X, Blanche também avisou que se Maxwell "tiver informações sobre alguém que cometeu crimes contra vítimas, o FBI [agência federal de investigação] e o Departamento de Justiça ouvirão o que ela tem a dizer".

Pouco depois deste anúncio do Departamento de Justiça, Trump declarou que não tinha conhecimento da decisão, mas defendeu que se trata de uma "ação apropriada" neste momento.

A condução do caso Epstein criou uma crise inesperada entre os membros do movimento Make America Great Again (MAGA, Tornar a América Grande de Novo) de Trump, depois de o FBI e o Departamento de Justiça terem concluído, na sequência de uma investigação, que o empresário afinal não tinha uma "lista de clientes famosos" para chantagear e confirmaram que a morte, em 2019, foi um suicídio.

Os apoiantes do Presidente manifestaram insatisfação com o Governo republicano, que tinha prometido durante a campanha eleitoral divulgar a lista de clientes, uma alegada agenda dos cúmplices de Epstein, que inclui celebridades e políticos influentes e tem sido o foco de várias teorias da conspiração de extrema-direita.

Trump -- que recentemente defendeu o "grande trabalho" de Bondi - ordenou que o Departamento de Justiça divulgasse todas as "provas fiáveis" no caso, para apaziguar a base de apoio.

"Este Departamento de Justiça não se esquiva a verdades incómodas, nem à responsabilidade de procurar justiça onde quer que os factos o justifiquem", assegurou Blanche, defendendo a validade das conclusões do Departamento de Justiça e do FBI.

A polémica acentuou-se ainda mais, na semana passada, com a publicação, pelo The Wall Street Journal, de uma alegada "carta obscena" que Trump teria enviado a Epstein durante os anos em que foram amigos, o que o Presidente negou categoricamente.

Politicamente, o caso também continua a ter repercussões e hoje, o líder da maioria republicana na Câmara de Representantes do Congresso dos EUA, Mike Johnson, mostrou-se determinado em resistir à pressão para agir no âmbito da investigação ao caso Epstein.

Johnson disse que prefere que seja a Casa Branca a divulgar qualquer informação sobre o processo, apesar da pressão dos dois partidos no Congresso para que se exija a divulgação de eventuais registos do caso.

"Não há qualquer motivo para o Congresso pressionar um Governo a fazer algo que já está a fazer", explicou Johnson, na conferência de imprensa semanal, a última antes de os congressistas deixarem Washington, na quarta-feira, para as férias parlamentares.

Com esta posição, o líder da maioria republicana agrada a Trump e acalma a bancada, onde vários membros se tinham juntado a vozes democratas para pedir mais informações ao Departamento de Justiça.

Horas antes desta declaração de Johnson, uma subcomissão (controlada pelos republicanos) do Comité de Supervisão da Câmara estava a avançar com uma resolução para intimar Ghislaine Maxwell para um depoimento, o que agora o Departamento de Justiça prometeu fazer.

Leia Também: Casa Branca exclui Wall Street Journal de viagem presidencial à Escócia

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