As restrições afetam entidades como a Aerospace Industrial Development Corporation (AIDC), fabricante do caça de combate IDF, a maior construtora naval de Taiwan, a CSBC Corporation, e o principal centro de investigação em defesa da ilha, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan, entre outras companhias dos setores aeroespacial e naval.
As novas regras, com efeito imediato, proíbem a exportação para estas empresas de "bens de uso duplo", ou seja, com aplicações civis e militares, segundo um comunicado do Ministério do Comércio chinês.
A decisão insere-se também, segundo a mesma fonte, nas obrigações internacionais de não-proliferação assumidas por Pequim.
O anúncio surge no dia de arranque dos exercícios militares Han Kuang, que simulam uma resposta a uma eventual invasão da China e que, este ano, decorrem ao longo de dez dias, envolvendo 22 mil reservistas, no maior e mais longo exercício militar alguma vez realizado pela ilha.
Pequim considera Taiwan uma "parte inalienável" do seu território e não exclui o uso da força para alcançar a chamada "reunificação", objetivo reiterado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, desde que chegou ao poder em 2012.
Apesar das sanções, as empresas visadas asseguraram que o impacto sobre as suas operações será limitado, uma vez que a maioria das cadeias de abastecimento não depende da China continental.
A CSBC Corporation afirmou, citada pela agência de notícias taiwanesa CNA, que os componentes usados na construção de submarinos e navios para a guarda costeira têm origem sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, e que as suas atividades militares excluem fornecedores chineses.
Para o setor civil, os principais fornecedores são Japão e Coreia do Sul.
Já a AIDC indicou que poderá haver algum impacto na sua divisão de aviação civil, mas que o setor militar da empresa não será afetado.
Também a Lungteh Shipbuilding garantiu que os componentes de origem chinesa nas suas operações civis "são facilmente substituíveis" e que a atividade ligada à defesa "não será afetada".
O Governo de Taiwan, liderado pelo Partido Democrático Progressista desde 2016, afirma que a ilha já funciona como um país soberano e defende que o seu futuro deve ser decidido exclusivamente pelos 23 milhões de habitantes.
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