Pequim aplica controlos de exportação a empresas militares de Taiwan

A China impôs hoje controlos de exportação a oito empresas de defesa de Taiwan, numa medida que visa, segundo Pequim, proteger a segurança nacional, no dia em que arrancam as maiores manobras militares da ilha.

Taiwan Annual Military Drill

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Lusa
09/07/2025 06:52 ‧ há 7 horas por Lusa

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China

As restrições afetam entidades como a Aerospace Industrial Development Corporation (AIDC), fabricante do caça de combate IDF, a maior construtora naval de Taiwan, a CSBC Corporation, e o principal centro de investigação em defesa da ilha, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan, entre outras companhias dos setores aeroespacial e naval.

 

As novas regras, com efeito imediato, proíbem a exportação para estas empresas de "bens de uso duplo", ou seja, com aplicações civis e militares, segundo um comunicado do Ministério do Comércio chinês.

A decisão insere-se também, segundo a mesma fonte, nas obrigações internacionais de não-proliferação assumidas por Pequim.

O anúncio surge no dia de arranque dos exercícios militares Han Kuang, que simulam uma resposta a uma eventual invasão da China e que, este ano, decorrem ao longo de dez dias, envolvendo 22 mil reservistas, no maior e mais longo exercício militar alguma vez realizado pela ilha.

Pequim considera Taiwan uma "parte inalienável" do seu território e não exclui o uso da força para alcançar a chamada "reunificação", objetivo reiterado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, desde que chegou ao poder em 2012.

Apesar das sanções, as empresas visadas asseguraram que o impacto sobre as suas operações será limitado, uma vez que a maioria das cadeias de abastecimento não depende da China continental.

A CSBC Corporation afirmou, citada pela agência de notícias taiwanesa CNA, que os componentes usados na construção de submarinos e navios para a guarda costeira têm origem sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, e que as suas atividades militares excluem fornecedores chineses.

Para o setor civil, os principais fornecedores são Japão e Coreia do Sul.

Já a AIDC indicou que poderá haver algum impacto na sua divisão de aviação civil, mas que o setor militar da empresa não será afetado.

Também a Lungteh Shipbuilding garantiu que os componentes de origem chinesa nas suas operações civis "são facilmente substituíveis" e que a atividade ligada à defesa "não será afetada".

O Governo de Taiwan, liderado pelo Partido Democrático Progressista desde 2016, afirma que a ilha já funciona como um país soberano e defende que o seu futuro deve ser decidido exclusivamente pelos 23 milhões de habitantes.

Leia Também: Preços no consumidor sobem 0,1% na China em junho após meses de quedas

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