Apoiantes de Trump criticam ausência de lista de clientes de Epstein

Várias figuras mediáticas norte-americanas pró-Donald Trump reagiram com indignação à investigação governamental que concluiu que o financeiro Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual de crianças, não mantinha uma "lista de clientes" que chantageava.

Donald Trump, EUA,

© Al Drago/Bloomberg via Getty Images

Lusa
09/07/2025 00:01 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

EUA

Figuras próximas do movimento "Make America Great Again" ("Tornar a América Grande de Novo"), do Presidente Donald Trump fizeram durante anos campanha nas redes sociais exigindo a divulgação de documentos sobre Epstein alegadamente retidos pelo governo, caso de Tucker Carlson, antigo apresentador da Fox News.

 

Reagindo ao anúncio do executivo, Carlson acusou o Departamento de Justiça, que conduziu a investigação com a agência de investigação federal FBI, de tentar "ocultar" a verdade e, assim, "insultar o público".  

No seu podcast de segunda-feira, Carlson alertou para o risco eleitoral do caso Epstein para Trump e para os republicanos, afirmando que estão a "brincar com o fogo" e a "criar um extremismo genuíno".

No mesmo sentido se pronunciou Alex Jones, que tem um dos 'podcasts' de referência dos conservadores norte-americanos.

"Isto é absolutamente repugnante", reagiu Jones, conhecido por disseminar inúmeras teorias da conspiração no seu programa.

Quando Donald Trump regressou ao poder, em janeiro, a sua administração prometeu "revelar" este caso.  

A revisão das provas foi ordenada depois de a procuradora-geral Pam Bondi ter prometido divulgar ficheiros relacionados com os inquéritos do governo federal sobre o caso.

Os investigadores confirmaram a morte de Epstein por suicídio numa prisão de Nova Iorque em 2019 e que ninguém entrou na área da prisão onde o bilionário de 66 anos se suicidou enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual de menores, segundo os media norte-americanos.

 A morte de Epstein impediu que fosse julgado, pelo que alguns cidadãos norte-americanos exigem, desde então, que o Departamento de Justiça divulgue a lista de cúmplices e clientes.

Exigem também a divulgação dos registos de voo do avião privado de Epstein para a ilha que possuía nas Ilhas Virgens, onde alegadamente ocorreram alguns dos abusos.

Reagindo ao relatório, Mike Cernovich, outra figura mediática de referência no universo MAGA, fez um apelo direto ao Presidente. "Ninguém acredita no encobrimento de Epstein (...) isso fará parte do seu legado. Ainda há tempo para mudar!", publicou no X.

A ira da base de apoio a Trump dirige-se sobretudo à procuradora-geral Pam Bondi, que enfrenta inúmeros pedidos de demissão, incluindo da 'podcaster' Liz Wheeler, que a apelidou de "um fardo para o Presidente".

As críticas seguem-se a outras recentes ao executivo de Trump, sobretudo por parte da ala isolacionista, primeiro com a decisão de realizar ataques contra o Irão, e na segunda-feira sobre a retoma de envios de armas norte-americanas para a Ucrânia.

O risco de uma rutura surge também numa altura em que o bilionário Elon Musk, em desacordo com o seu antigo aliado Donald Trump, anunciou a criação do seu próprio partido político.

No início de junho, no auge da rivalidade entre ambos, Musk acusou Trump de estar envolvido no caso Epstein, mas apagou depois a publicação nas redes sociais.

O bilionário republicano manteve publicamente relações sociais com Jeffrey Epstein, que também fazia parte da elite de Nova Iorque, mas não há provas de crimes de Donald Trump.  

Musk voltou ao assunto na segunda-feira no X, publicando um emoji que representa uma pessoa furiosa, e hoje pondo em causa a confiança no Presidente.

"Como se pode esperar que as pessoas tenham fé em Trump se ele não divulga os ficheiros de Epstein?", publicou Musk.

Durante uma reunião de gabinete, Donald Trump advertiu hoje um jornalista que o questionou sobre o caso Epstein em vez do que considerava serem questões mais sérias, como as cheias no Texas.

"As pessoas ainda estão a falar desse tipo? Esse canalha? É inacreditável", disse o Presidente norte-americano.

No novo memorando, a Justiça norte-americana avisa que não divulgará mais registos da investigação e que uma das principais prioridades é "combater a exploração infantil e fazer justiça às vítimas".

Leia Também: Trump lança fundo negociado em bolsa aplicado em cinco criptomoedas

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