"A importância desta mudança reside no facto de não existir uma população viável de leões nesta zona devido a anos de guerra civil, caça ilegal e à dificuldade de acesso dos leões para a recolonização. De facto, os leões foram considerados funcionalmente extintos em 2017", explica fonte daquela fundação, de uma família norte-americana, responsável pela translocação em 2018 para aquela coutada no centro de Moçambique.
Agora, "apenas sete anos depois", a fundação refere que "a iniciativa atingiu um marco de grande importância, com o anúncio de que a população ultrapassou os 100 leões" naquela coutada, na província de Sofala, salientando que todo o financiamento do projeto "24 Leões" foi angariado pela própria instituição "e por um modelo de caça e conservação sustentável" liderado pela Delta Zambeze Safaris.
"Entrar no desconhecido e assumir este projeto em 2018 foi repleto de incertezas", admitiu Dan Cabela, diretor-executivo da Fundação da Família Cabela, citado numa informação da instituição.
"No entanto, com muito empenho e trabalho árduo, fizemos algo incrivelmente especial e mudámos o panorama da conservação dos leões em todo o mundo. Saber que existe agora uma grande e próspera população de leões nesta área é uma parte significativa do legado da nossa família", acrescentou.
De acordo com a Fundação da Família Cabela, a intervenção da instituição "já aumentou com sucesso aproximadamente 6 a 9% da área de distribuição do leão africano selvagem em Moçambique", mas a perda de habitat e a invasão humana "continuam a ser os dois maiores problemas em torno da conservação" daquela espécie.
A fundação foi criada pelos norte-americanos Dick e Mary Cabela - que em 1961 fundaram no Nebrasca a Cabela's, uma das maiores empresas globais de equipamentos para atividades ao ar livre - para "construir e criar parcerias e projetos que promovam a recreação ao ar livre, a conservação e a caridade para com o próximo", apoiando atualmente projetos e organizações "em todo o mundo".
A Coutada 11, concessionada à Delta Zambeze Safaris, localiza-se no complexo de Marromeu e já em 2021 reintroduziu localmente a chita ou onça africana, com 12 animais - espécie extinta naquela região há mais de 30 anos -, com o apoio da Administração Nacional das Áreas de Conservação e o financiamento da Fundação da Família Cabela.
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