Cerca de 30 casos de intoxicação alimentar foram diagnosticadas na pequena localidade de Saint-Quentin, em França. As origens da contaminação, que começaram a ser identificadas a 12 de junho, estão a ser investigadas e a mesma já causou uma vítima mortal: um menino de 11 anos.
Segundo o Le Parisien, há ainda sete pessoas hospitalizadas e “algumas pessoas sob observação em casa”. 28 das pessoas afetadas, ou seja, a grande maioria, são crianças.
O último caso da doença foi diagnosticado este domingo, se bem que as autoridades sanitárias consideram que se trata de um caso de contaminação secundária, o que significa que esta pessoa não terá ingerido os possíveis alimentos contaminados, ficou doente pelo contacto direto com uma pessoa contaminada.
De acordo com as investigações, este novo caso “é o resultado de uma contaminação entre pessoas do círculo familiar” e que “pode ser explicada pela transmissão de batérias através das mãos de pessoas que estiveram em contacto com as fezes de doentes”, noticia a France Info.
Talhos encerrados por precaução
A investigação aponta para uma contaminação ligada à carne - “a hipótese mais provável” - e cinco estabelecimentos de venda da mesma já foram encerrados por precaução.
Nestes talhos, foram encontrados vestígios de contaminação pela bactéria E.Coli.
Apesar de “esta bactéria poder ser encontrada em todo o lado”, a procuradora de Paris referiu que "algumas delas são patogénicas e são elas que estão a causar os sintomas”. Para Laure Beccuau, importa agora descobrir qual a amostra que corresponde à “sequenciação do genoma” da bactéria que infectou as 30 pessoas.
“Nesta fase, as investigações e as análises continuam a apontar para uma estreita ligação epidemiológica entre os talhos identificados e encerrados por precaução e os primeiros casos”, declarou a prefeitura.
O resultado deverá ser conhecido esta quarta-feira.
Do total de 30 casos identificados, dez pessoas “desenvolveram a síndrome hemolítico-urémica (SHU)”, uma complicação grave que afeta os rins, explicou a Prefeitura de Aisne e a Agência Regional de Saúde (ARS). Uma criança de 11 anos morreu a 16 de junho.
O síndrome hemolítico-urémico (SHU) é uma doença infeciosa que, na maioria das vezes, tem origem alimentar e ocorre, também na maioria das vezes, como complicação de intoxicação por uma bactéria da família E. coli. É caracterizado por anemia hemolítica, diminuição de plaquetas e insuficiência renal aguda e é mais frequente acontecer em crianças.
Sobre a batéria E. coli
Segundo a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a maioria das estirpes de E. coli não representa qualquer perigo para o seu hospedeiro. No entanto, "algumas estirpes causam diarreia e são classificadas com base nos seus fatores de virulência, mecanismos de patogenicidade, sindromas clínicos e serologia".
O principal habitat de E. coli "é o trato intestinal dos humanos e de outros animais de sangue quente". A transmissão das infecções causadas por E. coli seguem principalmente três vias: o contacto direto com animais, o contacto com humanos e o consumo de alimentos contaminados.
No que se refere aos problemas causados por E. coli, segundo a ASAE, "os principais alimentos descritos foram carnes mal cozinhadas, principalmente de origem bovina (hambúrgueres), enchidos curados, sementes de alfalfa, alface, sumos de fruta não pasteurizados, queijo curado e leite cru".
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