O magistrado do tribunal do bairro de Fort, na capital cingalesa, ordenou que Wickremesinghe permanecesse detido até à próxima terça-feira, dia em que será realizada uma nova audiência para analisar as acusações contra ele.
O ex-presidente (2022-2024), que perdeu as eleições em setembro passado, é o mais alto representante da oposição a ser detido no âmbito da política de combate à corrupção levada a cabo pelo novo Governo de esquerda no país da Ásia meridional.
Wickremesinghe foi detido hoje de manhã, após um interrogatório sobre uma viagem que fez a Londres em setembro de 2023, quando era chefe de Estado, para assistir à entrega de um diploma à mulher numa universidade britânica.
Ao regressar de uma cimeira do Grupo dos 77 (G77) na ONU em Havana, em 2023, Wickremesinghe fez uma paragem em Londres para assistir, com a primeira-dama, Maithree, a uma cerimónia na Universidade de Wolverhampton, razão pela qual as autoridades o acusam de utilização de fundos públicos para fins pessoais.
O ex-presidente, de 76 anos, garantiu que as despesas relacionadas com a viagem foram pagas pela mulher e que não foi utilizado qualquer dinheiro público.
De acordo com a investigação, o antigo líder terá usado dinheiro público para pagar a viagem, que era de caráter privado, e os guarda-costas também terão sido pagos pelo Estado.
Wickremesinghe foi empossado em julho de 2022 para o período restante do mandato de Gotabaya Rajapaksa, que renunciou uma semana antes, após fugir do país abalado por quatro meses de protestos contra o Governo.
Durante o seu mandato, Wickremesinghe conseguiu estabilizar a economia do Sri Lanka, que em 2022 atravessou a pior crise financeira da história do país.
Perdeu as eleições presidenciais em setembro de 2024 para o líder da coligação de esquerda, Anura Kumara Dissanayaka.
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