O ministro da Saúde de França, Yannick Neuder, confirmou, este domingo, que a grave intoxicação alimentar de que foram vítimas 18 crianças, na região de Aisne, deve-se à bactéria Escherichia coli (E. coli).
Note-se que uma das crianças, uma rapariga, com 12 anos, acabou por morrer com síndrome hemolítico-urémico (SHU), uma doença renal grave. Sabe-se que há oito crianças ainda hospitalizadas, seis delas com a mesma condição que ditou a morte da menina.
No sábado, foram registados três novos casos de intoxicação alimentar grave em Aisne, anunciou a autarquia no início do dia, acrescentando que uma nova secção de talho de um supermercado tinha sido encerrada por precaução.
Nenhum dos três novos casos detetados desenvolveu a síndrome urémica hemolítica.
Atualmente, estão a ser recolhidas amostras nas secções de talho de dois supermercados da zona de Saint-Quentin, no âmbito de uma investigação para determinar a origem da contaminação.
A criança de 12 anos, recorde-se, morreu, na segunda-feira passada. Os primeiros sintomas em crianças, que não tinham feito refeições juntas ou frequentam os mesmo grupos, terão começado entre os dias 12 e 17 de junho e tinham idades entre o 1 e os 12 anos.
O síndrome hemolítico-urémico (SHU) é uma doença infeciosa que, na maioria das vezes, tem origem alimentar e ocorre, também na maioria das vezes, como complicação de intoxicação por uma bactéria da família E. coli. É caracterizado por anemia hemolítica, diminuição de plaquetas e insuficiência renal aguda e é mais frequente acontecer em crianças.
Segundo a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a maioria das estirpes de E. coli não representa qualquer perigo para o seu hospedeiro. No entanto, "algumas estirpes causam diarreia e são classificadas com base nos seus fatores de virulência, mecanismos de patogenicidade, sindromas clínicos e serologia".
O principal habitat de E. coli "é o trato intestinal dos humanos e de outros animais de sangue quente". A transmissão das infecções causadas por E. coli seguem principalmente três vias: o contacto direto com animais, o contacto com humanos e o consumo de alimentos contaminados.
No que se refere aos problemas causados por E. coli, segundo a ASAE, "os principais alimentos descritos foram carnes mal cozinhadas, principalmente de origem bovina (hambúrgueres), enchidos curados, sementes de alfalfa, alface, sumos de fruta não pasteurizados, queijo curado e leite cru".
Os sintomas surgem cerca de 8 a 44 horas após o consumo do alimento contaminado e têm uma duração de 3 a 19 dias. Os sintomas mais comuns são "diarreia aquosa, febre baixa, cólicas abdominais, fadiga e náuseas". Os casos mais severos "fazem lembrar a cólera com diarreia tipo água de arroz que pode conduzir à desidratação".
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