Erdogan acrescentou que vai "prosseguir os seus esforços para pôr termo à espiral de violência e que Netanyahu demonstrou, mais uma vez, que representa a maior ameaça à segurança na região", acrescentou a presidência turca num comunicado.
Israel lançou na madrugada de 13 de junho uma ofensiva sobre o Irão, argumentando que o avanço do programa nuclear iraniano e o fabrico de mísseis balísticos por Teerão representam uma ameaça direta à sua segurança.
Desde então, os aviões israelitas atacaram uma série de infraestruturas estratégicas, incluindo sistemas de defesa aérea, instalações de armazenamento de mísseis balísticos e as centrais nucleares de Natanz, Isfahan e Fordow.
Há também relatos de operações para eliminar comandantes da Guarda Revolucionária e cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.
As autoridades da República Islâmica indicaram hoje que os bombardeamentos já fizeram mais de 224 mortos e 1.800 feridos, ao passo que o Governo israelita informou que os mísseis lançados pelo Irão em retaliação causaram a morte de 24 pessoas em território israelita.
Na Faixa de Gaza, Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.
A guerra naquele território palestiniano fez, até agora, quase 55.500 mortos, na maioria civis, e pelo menos 129.320 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
A situação da população daquele enclave devastado pelos bombardeamentos e ofensivas terrestres israelitas agravou-se mais ainda pelo facto de a partir de 02 de março, e durante quase três meses, Israel ter impedido a entrada em Gaza de alimentos, água, medicamentos e combustível.
Alguns mantimentos estão agora a entrar a conta-gotas e a ser distribuídos em pontos considerados "seguros" pelo Exército, que já várias vezes abriu fogo sobre civis palestinianos que tentavam obter comida, fazendo centenas de vítimas.
A 30 de maio, o Departamento das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) considerou que Gaza é atualmente o lugar mais faminto do mundo, onde "100% da população corre o risco de morrer de fome".
Há muito que a ONU declarou a Faixa de Gaza como estando mergulhada numa grave crise humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica", a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio naquele território palestiniano e de estar a utilizar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita chefiado por Netanyahu, mas sem apresentar quaisquer argumentos.
Após um cessar-fogo de dois meses, o Exército israelita retomou a ofensiva na Faixa de Gaza a 18 de março e apoderou-se de vastas áreas do território, tendo o Governo de Netanyahu anunciado, no início de maio, um plano para "conquistar" Gaza, que Israel ocupou entre 1967 e 2005.
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