"Aos nossos vizinhos tanzanianos, se vos ofendemos de alguma forma, pedimos desculpa. Se cometemos algum erro, pedimos desculpa", disse Ruto durante um evento em Nairobi.
"Se nós, quenianos, fizemos alguma coisa errada, queremos pedir desculpa", acrescentou o Presidente queniano, depois de os críticos terem considerado insuficiente a reação de Nairobi às ações da Tanzânia.
Os comentários de Ruto seguiram-se à agitação nacional e internacional da semana passada, quando Mwangi foi detido juntamente com a advogada e jornalista ugandesa Agather Atuhaire, com quem se tinha deslocado à Tanzânia para assistir ao julgamento do líder da oposição tanzaniana Tundu Lissu.
O ativista e a advogada foram abandonados entre quinta e sexta-feira passadas nas fronteiras entre a Tanzânia e os respetivos países, depois de terem passado dias detidos, com poucas informações sobre o seu estado de saúde.
Após a libertação, Atuhaire alegou que tinha sido violada durante a detenção pelas forças de segurança tanzanianas, enquanto Mwangi afirmou que ambos tinham sido "torturados".
Numa carta dirigida às autoridades tanzanianas, o Governo queniano exprimiu preocupação e lamentou que, "apesar de vários pedidos", tenha sido "negado aos funcionários do Governo queniano o acesso consular e a informação sobre Mwangi".
Antes da sua detenção, no dia 19, o ativista e a advogada conseguiram entrar no país no dia anterior, ao contrário da ex-ministra da Justiça do Quénia, advogada e líder da oposição Martha Karua e o antigo chefe do poder judicial Willy Mutunga (2011-2016), que também viajaram para assistir ao julgamento de Lissu, mas não conseguiram entrar na Tanzânia e foram deportados.
Os grupos de defesa dos direitos humanos e da oposição têm denunciado uma vaga de repressão e detenções de dissidentes ao longo do último ano na Tanzânia.
A Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, disse na semana passada que o país não deve permitir que "ativistas e violadores da lei de outros países" perturbem a paz e a segurança nacionais.
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