A mulher de Boniface Mwangi declarou que não conseguiu entrar em contacto com o ativista desde a sua detenção, acrescentando que lhe disseram que "estavam à espera que o Governo da Tanzânia o consultasse e decidisse se o acusava ou se o deportava". Já o seu advogado, Jebra Kambole, confirmou que o ativista queniano e o ugandês, Agather Atuhaire, passaram a noite na esquadra de Dar es Salam, capital económica da Tanzânia.
Um grande número de ativistas dos direitos humanos da região deslocou-se na segunda-feira a Dar es Salam, para manifestar a sua solidariedade para com o líder da oposição, Tundu Lissu, que foi acusado de crimes capitais.
Vários ativistas, incluindo a candidata presidencial queniana Martha Karua, que é também a advogada do líder da oposição ugandesa Kizza Besigye, foram impedidos de entrar no país antes da sua última audiência e foram deportados.
A Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, afirmou na segunda-feira que os ativistas estrangeiros não serão autorizados a interferir nos assuntos do país e apelou às suas forças de segurança para proibirem a entrada no país de ativistas estrangeiros que tentem interferir assuntos.
A oposição tanzaniana e as organizações não-governamentais (ONG) de defesa dos direitos humanos denunciam a repressão política do Governo da Presidente, que acusam de recair nas práticas autoritárias do seu antecessor John Magufuli (2015-2021).
O partido Chadema, de Tundu Lissu, foi proibido de participar nas eleições presidenciais e legislativas previstas para outubro no país vizinho de Moçambique, depois de ter apelado a reformas eleitorais.
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