"Os nossos ministros da Defesa vão assinar hoje um memorando de entendimento sobre a aquisição de sistemas de armas de longo alcance de fabrico ucraniano. [...] Isto permitirá à Ucrânia defender-se plenamente, incluindo contra alvos militares fora do seu território nacional. São boas notícias", disse o chanceler numa conferência de imprensa conjunta com Zelensky.
"Hoje estamos a dar um primeiro passo para a cooperação entre a Alemanha e a Ucrânia na produção de armas de longo alcance, e esta será uma cooperação a nível industrial que pode ter lugar tanto na Ucrânia como aqui na Alemanha", acrescentou Merz, recusando-se a dar mais pormenores.
Na segunda-feira, o chanceler alemão disse que os principais aliados ocidentais da Ucrânia, incluindo Berlim, já não estavam a impor restrições à gama de armas fornecidas a Kyiv, o que suscitou um aviso do Kremlin.
Merz não avançou com pormenores, o que levou a alguma confusão na interpretação das suas observações.
Até agora, Kyiv tem continuado a exigir, em vão, que Berlim lhe entregue mísseis alemães de longo alcance Taurus, com um alcance superior a 500 quilómetros (km), o que lhe permite atingir o território russo em profundidade.
Durante o governo do seu antecessor, liderado pelo chanceler Olaf Scholz, a Alemanha, o segundo maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, depois dos Estados Unidos, sempre se recusou a fornecer estas armas, receando uma escalada das tensões com a Rússia.
Desde que chegou ao poder, a 06 deste mês, Merz tem hesitado sobre o assunto, preferindo jogar com a "ambiguidade estratégica".
Segundo analisa a agência noticiosa France-Presse (AFP), na realidade, porém, Berlim parece não ter muita pressa em entregar estes mísseis.
Moscovo avisou de antemão que esse fornecimento direto seria visto como um envolvimento de Berlim na guerra, pelo que a produção conjunta de mísseis ucranianos de longo alcance com Kyiv é uma forma de contornar este obstáculo.
Até à data, a Alemanha não forneceu à Ucrânia armas com um alcance superior a cerca de 70 quilómetros.
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