Salman Rushdie "satisfeito" com condenação de homem que o tentou matar

Hadi Matar, de 27 anos, foi considerado culpado dos crimes de tentativa de homicídio e agressão e foi condenado, no passado dia 16 de maio, a 25 anos de prisão efetiva.

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© Dimitrios Kambouris/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
26/05/2025 17:45 ‧ há 3 dias por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Salman Rushdie

O escritor Sir Salman Rushdie afirmou, esta segunda-feira, que está "satisfeito" com o facto de o homem que o tentou matar durante uma conferência literária, em Nova Iorque, ter sido condenado a pena máxima.

 

Hadi Matar, de 27 anos, foi considerado culpado dos crimes de tentativa de homicídio e agressão e foi condenado, no passado dia 16 de maio, a 25 anos de prisão efetiva.

"Fiquei satisfeito por ele ter recebido a pena máxima possível e espero que a utilize para refletir sobre os seus atos", disse Rushdie, que perdeu o olho direito e sofreu danos permanentes nos nervos da mão, à BBC. 

Antes de conhecer a sentença, Hadi Matar fez uma declaração alegando liberdade de expressão, na qual apelidou Salman Rushdie de hipócrita.

"Salman Rushdie quer desrespeitar as outras pessoas. Ele quer ser um 'bully', ele quer fazer 'bullying' sobre outros. Não concordo com isso", afirmou, citado pela AP.

Hadi Matar foi condenado à pena máxima de 25 anos pela tentativa de homicídio do escritor e a sete anos por ter ferido o moderador da palestra de Rushdie, Ralph Henry Reese, que estava no palco com ele.

De acordo com o procurador público Jason Schmidt, do condado de Chautauqua, onde aconteceu o ataque, as duas penas serão cumpridas em simultâneo, uma vez que ambas as vítimas ficaram feridas na mesma ocasião.

Hadi Matar será agora julgado num tribunal federal, por suspeitas de crimes de terrorismo, por alegadamente ter fornecido ajuda material à milícia xiita libanesa Hezbollah.

Nascido em Bombaim, em 1947, Salman Rushdie é autor de romances, contos para a juventude e ensaios, e recebeu em 1981 o Prémio Booker pelo livro 'Os filhos da Meia-Noite'.

Rushdie incendiou parte do mundo muçulmano com a publicação da obra 'Versículos Satânicos', em 1988, que levou o fundador da República Islâmica, o aiatola Ruhollah Khomeini, a emitir uma 'fatwa' (sentença de morte), contra o escritor.

Depois disso, passou anos escondido e com proteção policial, mas regressou gradualmente à vida pública depois de, em 1998, o governo iraniano se ter distanciado da sentença, afirmando que não apoiaria alguma tentativa de o matar, embora a 'fatwa' nunca tenha sido oficialmente revogada.

No ano passado, Salman Rushdie editou o livro de memórias 'Faca - Meditações na sequência de uma tentativa de homicídio', no qual recordou os acontecimentos daquele ataque e o longo processo de recuperação.

"Compreendi que tinha de escrever este livro [...] antes de poder passar a qualquer outra coisa. Escrever seria a minha maneira de possuir o que acontecera, assumir o seu controlo, torná-lo meu, recusar-me a ser uma mera vítima. Responderia à violência com a arte", justificou.

Leia Também: Homem que esfaqueou Salman Rushdie condenado a 25 anos de prisão

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