"A China está profundamente preocupada com a situação atual em Gaza e opõe-se à continuação das operações militares de Israel naquela região", afirmou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, durante uma conferência de imprensa, em Pequim.
Lin apelou a todas as partes para que implementem de forma efetiva os acordos de cessar-fogo e retomem "o caminho certo" rumo a uma solução política para o conflito.
O gabinete de segurança de Israel aprovou na madrugada de segunda-feira um novo documento que prevê, entre outros pontos, a ocupação permanente de territórios na Faixa, o deslocamento forçado da população para o sul e um novo sistema de distribuição de ajuda humanitária, rejeitado pela ONU e por todas as organizações humanitárias presentes no terreno.
No âmbito da sua posição mais ampla, a China defendeu na semana passada, perante o Tribunal Internacional de Justiça, que Israel "não tem soberania" sobre os territórios ocupados e, por isso, não pode vetar o trabalho de organismos como a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), à qual chamou de "coluna vertebral" da ajuda humanitária em Gaza.
Pequim tem insistido que a solução passa pelo respeito do direito internacional, o fim do castigo coletivo à população civil e a defesa do princípio dos dois Estados.
Os ataques israelitas sobre Gaza já causaram mais de 52.200 mortos no ano e meio de conflito desencadeado pelos ataques do Hamas a Israel, em outubro de 2023.
Leia Também: Hamas avisa que não vale a pena negociar nova trégua