EUA e Ucrânia chegam a acordo sobre minerais, avança a Bloomberg

Recorde-se que era esperado que os Estados Unidos e a Ucrânia assinassem o acordo esta quarta-feira.

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Notícias ao Minuto com Lusa
30/04/2025 22:49 ‧ há 6 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

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Ucrânia

Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram o acordo sobre o acesso aos minerais ucranianos, esta quarta-feira, informou a agência de notícias Bloomberg.

 

O acordo vai providenciar ao Estados Unidos o acesso privilegiado a novos projetos de investimento que permitam desenvolver os recursos naturais da Ucrânia, incluindo o alumínio, grafite, petróleo e gás natural.

O Departamento do Tesouro norte-americano confirmou o acordo, que criará um "fundo de investimento para a reconstrução", após semanas de negociações bilaterais sobre o acesso aos recursos naturais ucranianos.

Num vídeo publicado no X, o secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, adiantou que "esta parceria permite aos Estados Unidos investir em conjunto com a Ucrânia, desbloquear os ativos de crescimento da Ucrânia, mobilizar talentos, capital e padrões de governação americanos que irão melhorar o clima de investimento da Ucrânia e acelerar a recuperação económica do país".

A ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, confirmou à Associated Press (AP) que o acordo foi assinado em Washington.

Numa publicação no X, Svyrydenko disse que Kiev está a criar com os Estados Unidos "o Fundo que atrairá investimento global para o país".

"O documento na sua forma atual é uma garantia de sucesso para ambos os países", garantindo ainda que Kiev mantém "a propriedade e o controlo totais" dos seus recursos naturais, adiantou Svyrydenko.

Segundo a agência AP, os EUA pretendem aceder a mais de 20 matérias-primas da Ucrânia consideradas estrategicamente críticas para os seus interesses, incluindo o titânio, utilizado no fabrico de asas de aeronaves e outras indústrias aeroespaciais, e o urânio, que é utilizado na energia nuclear, equipamento médico e armas.

A Ucrânia tem também lítio, grafite e manganês, que são utilizados nas baterias de veículos elétricos.

"Em reconhecimento do significativo apoio financeiro e material que o povo dos Estados Unidos forneceu à Ucrânia desde a invasão da Rússia, esta parceria económica posiciona os nossos dois países para colaborar e investir em conjunto para garantir que os nossos ativos, talentos e capacidades possam acelerar a reconstrução económica da Ucrânia", refere o Departamento em comunicado.

Washington forneceu à Ucrânia ajuda militar no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares, durante a presidência do democrata Joe Biden (2021-2025), depois de a Rússia ter invadido o país em fevereiro de 2022.

O projeto de acordo esteve durante semanas no centro de tensões entre Kiev e Washington, cujo apoio é essencial à Ucrânia.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, declarou hoje após uma reunião do Governo Trump que os Estados Unidos estavam prontos para assinar o acordo sobre minerais, detalhando que os ucranianos "decidiram [na terça-feira] à noite fazer algumas alterações de última hora".

Questionado sobre as alterações, o secretário do Tesouro respondeu: "Nada foi retirado. É o mesmo acordo que alcançámos este fim de semana. Não há alterações da nossa parte".

Por sua vez, o Presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou que os Estados Unidos queriam algo em troca "dos seus esforços" em relação à Ucrânia.

"E nós dissemos: as terras raras. Eles têm terras raras muito boas", acrescentou.

"Concluímos um acordo que garante o nosso dinheiro e nos permite começar a escavar e a fazer o que precisamos de fazer", prosseguiu Trump, sublinhando que "também é bom para eles porque haverá uma presença norte-americana" na Ucrânia.

Uma versão anterior do texto devia ter sido assinada durante a visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca, no final de fevereiro, mas a altercação sem precedentes com Trump em direto da Sala Oval precipitou a partida sem assinar o acordo.

Uma nova versão, proposta por Washington em março, foi considerada pelos deputados e pela comunicação social ucranianos muito desfavorável.

No decurso das negociações, esse documento foi transformado numa versão mais aceitável para Kiev, segundo responsáveis ucranianos.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

[Notícia atualizada às 00h04]

Leia Também: 'Vice' da Ucrânia nos EUA para assinar acordo de minerais. "Bom trabalho"

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