Moscovo vê reforço militar na UE como uma ameaça contra a Rússia

A presidência russa (Kremlin) considerou hoje que a militarização da União Europeia (UE) é dirigida contra a Rússia e acusou Bruxelas de considerar Moscovo "o seu principal adversário".

Notícia

© Sefa Karacan/Anadolu via Getty Images

Lusa
07/03/2025 11:35 ‧ 07/03/2025 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Toda esta militarização é, em termos gerais, dirigida contra a Rússia", disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, na conferência de imprensa telefónica diária, citado pela agência espanhola EFE.

 

Os líderes da UE concordaram na quinta-feira aumentar as despesas para rearmar a Europa face à "ameaça existencial" representada pela agressão da Rússia à Ucrânia e às novas posições norte-americanas sobre a guerra do Presidente Donald Trump.

"Vemos que a UE está a discutir ativamente a militarização e estamos a seguir este processo de perto, porque a UE está a posicionar a Rússia como o seu principal inimigo", insistiu Peskov, também citado pela agência francesa AFP.

Peskov denunciou uma "retórica de confronto" da UE, que disse ser contrária às tentativas para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia.

"A retórica e os planos antagónicos, que vemos agora em Bruxelas e nas capitais europeias, divergem seriamente da vontade de procurar formas de resolução pacífica do conflito na Ucrânia", afirmou.

Peskov advertiu que, "potencialmente, isto pode ser uma questão de profunda preocupação" para Moscovo, que pode ser forçada "a tomar medidas de resposta correspondentes para garantir a sua segurança".

O porta-voz do Kremlin disse que Moscovo considera preferível atingir os seus objetivos através de métodos politico-diplomáticos.

Mas, dadas as circunstâncias e a atitude de Kiev, a "operação militar especial" continua "para garantir [a Rússia] os seus interesses", acrescentou, usando a expressão oficial do Kremlin para designar a guerra contra a Ucrânia, lançada há três anos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou na quinta-feira que os planos da França de estender a proteção nuclear aos aliados europeus representam "uma ameaça para a Rússia".

A França é o único país da UE com armas nucleares, que o Reino Unido também possui.

Lavrov também rejeitou a proposta de envio de tropas europeias para a Ucrânia e comparou o Presidente francês, Emmanuel Macron, a Napoleão e Hitler, que invadiram a Rússia e a União Soviética em 1812 e 1941, respetivamente.

Peskov também negou que o bombardeamento durante a noite das infraestruturas energéticas ucranianas tenha sido uma resposta à trégua proposta pela Ucrânia e pela UE, que a Rússia rejeitou categoricamente.

O Ministério da Defesa russo precisou que foram utilizadas nos ataques "armas de precisão de longo alcance (...) e 'drones' contra instalações de infraestruturas energéticas" na Ucrânia.

"Os alvos foram atingidos e eliminados", acrescentou o ministério.

De acordo com Kiev, as forças russas lançaram 67 mísseis e 194 'drones' contra infraestruturas de gás ucranianas, tendo sido abatidos 34 mísseis e 100 das aeronaves sem tripulação.

As autoridades ucranianas comunicaram a ocorrência de bombardeamentos nas cidades de Kharkiv (leste) e Ternopil (oeste), onde foram danificadas infraestruturas energéticas pertencentes à empresa estatal Naftogaz.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, insistiu hoje numa trégua para a Ucrânia e na disponibilidade para trabalhar em prol da paz.

"Os primeiros passos para uma verdadeira paz devem ser forçar a única fonte desta guerra, que é a Rússia, a parar com ataques como este", afirmou Zelensky nas redes sociais.

"E isso pode ser efetivamente controlado. Calma no céu, proibir o uso de mísseis, 'drones' de longo alcance e bombas aéreas", acrescentou, segundo a EFE.

[Notícia atualizada às 11h59]

Leia Também: Moscovo vê reforço militar na UE como uma ameaça contra a Rússia

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas