UE admite "medidas adicionais" e pede fim da violência na Geórgia

A União Europeia instou hoje o partido no poder na Geórgia a travar a violência contra manifestantes e opositores, que contestam o adiamento, pelo Governo, das negociações de adesão à UE, admitindo "medidas adicionais".

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Lusa
10/12/2024 11:30 ‧ 10/12/2024 por Lusa

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Em comunicado, o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), chefiado pela alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, afirma que, nas manifestações, o povo georgiano "defende as suas aspirações democráticas e europeias", enquanto "enfrenta a força brutal e ilegal da polícia" e "detenções arbitrárias", em particular de jornalistas.

 

"Mais de 400 indivíduos foram detidos e mais de 300 sofreram violência e maus-tratos, muitos necessitando de cuidados médicos urgentes. Relatórios perturbadores de organizações da sociedade civil e do Defensor Público da Geórgia indicam violência grave e intencional, levantando preocupações credíveis de tortura e tratamento desumano", refere a porta-voz do SEAE, Anita Hipper.

A diplomacia da UE nota que "até agora, nenhum agente policial ou membro de grupos violentos informais foi responsabilizado".

A UE "lamenta estas ações repressivas contra manifestantes, representantes dos meios de comunicação social e líderes da oposição e apela à libertação imediata de todas as pessoas detidas", prossegue o comunicado.

Na nota, a diplomacia da União Europeia exige ainda "o fim da intimidação generalizada, da perseguição política, da tortura e dos maus-tratos aos cidadãos"

Os 27 pedem uma "investigação credível" às alegações de tortura e maus-tratos.

"Encorajamos as organizações locais e internacionais e o Defensor Público a continuar a documentar as violações generalizadas dos direitos humanos na Geórgia", apela a UE.

"Instamos o Sonho Georgiano [no poder] a diminuir a escalada e acabar com esse ambiente que traz custos severos para o povo georgiano. A violência não é a resposta às exigências dos manifestantes quanto ao futuro democrático e europeu da Geórgia", sustenta ainda.

O bloco comunitário responsabiliza o Governo georgiano pela "interrupção 'de facto' do processo de adesão à UE" e remete para o próximo Conselho dos Negócios Estrangeiros, em 16 de dezembro, uma ponderação de "medidas adicionais".

A UE manifesta-se ainda solidária "com o povo georgiano e com as suas aspirações democráticas e europeias".

O partido Sonho Georgiano, no poder desde 2012, decidiu no final de novembro adiar as negociações de adesão à UE para 2028, um objetivo consagrado na Constituição da antiga república soviética.

Milhares de manifestantes têm-se reunido desde então junto ao edifício do parlamento, na capital, Tbilissi, em protestos reprimidos com violência e marcados por dezenas de detenções e de pessoas feridas em confrontos com as forças de segurança.

A oposição acusa o Governo de procurar estreitar os laços com Moscovo e de imitar os métodos repressivos e autoritários que diz estarem em vigor na Rússia.

Leia Também: Reino Unido condena violência na Geórgia e corta apoio ao governo 

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